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PRECISAMOS FALAR DE... MARCIA COSTA

São tantas as histórias, vinhos, guacamoles e ensaios da Paixão de Cristo que já nem sei mais como a conheci, mas uma coisa é certa: Ela cresceu artisticamente. Por isso e por outras coisas, precisamos falar de Marcia Costa.

Still do filme A Terra em que pisar

Lembrei sim! Conheci Marcia por intermédio da saudosa atriz e amiga Verônica Moreno. Lá no pátio de ensaio fui apresentado à uma mulher dona de uma gentileza e doçura que a gente não consegue esquecer. Marcia logo se destacou na Paixão de Cristo. Se jogava mesmo nos exercícios, nas propostas e acabou ficando com um papel de destaque, que era da mãe de Cristo (personagem que interpretou por anos). Lembro-me, inclusive, de um dia estar maquiando ela e pensando: Caramba... essa é guerreira!


Márcia havia passado por um longo tratamento contra o câncer de mama. Numa de suas consultas, seu médico indicou que ela buscasse algo que lhe proporcionasse satisfação, alegria, paz... E o teatro veio como algo assumidamente terapêutico. Pensando nisso, Marcia se matriculou num curso de iniciação teatral com Verônica Moreno. Isso foi em 2008, num antigo instituto de Samambaia. A oficina culminou na peça “Linhas , agulhas e retalhos”. Entre 2008 e 2012 fez parte da "Paixão do Cristo Negro" naqueles que foram os mais significativos anos desse projeto tão famoso e respeitado no DF, pois a Via Sacra de Samambaia formou muitos artistas em atividade atualmente. A partir daí foram muitas as aventuras teatrais...


Marcia foi dirigida por Tássia Aguiar na peça “Copélia”, atuou em “Santo Ciço”, da Cia. Teatral H2O, esteve presente na ala das baianas da abertura da Copa das Confederações, participou de oficinas diversas de interpretação (uma delas lembro que foi comigo), trabalhou na equipe do figurino do “São João do Cerrado”, de Ceilândia, e participou de campanhas publicitárias.

A vivência com o vídeo veio aos poucos, até que ela passou a estar envolvida com o cinema, veja só! Marcia participou do filme “Presos que menstruam”, baseado na obra de Nana Queiroz. O contato com o cinema foi inusitado. Ela soube do casting por uma amiga, através da internet. No set, não conhecia ninguém e ninguém a conhecia. Fez tudo por curiosidade. Tinha certeza de que não seria selecionada para participar do projeto. Quando passou, ficou com medo de atuar mal e prejudicar o processo. Resultado: o filme de 2018 foi exibido no 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, pelo qual Márcia e as outras intérpretes do núcleo das detentas receberam o prêmio coletivo de Melhor Atriz. Em 2019, recebeu pelo mesmo filme o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Five Continents Internacional Films Festival, da Venezuela. Quando é para ser, não tem jeito! No ano seguinte, participou do curta “A terra em que pisar", dirigido por Fáuston da Silva. O filme também participou do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.


Recentemente, participou da residência artística, TMPB (Teatro Musical Popular Brasileiro), ministrada por Sergio Maggio. O projeto nasceu no Complexo Cultural Samambaia e segue ativo no DF.


E ela segue a todo vapor! Onde dá, ela se encaixa, sempre com a mesma empolgação daquela mulher que um dia eu conheci no pátio de uma escola pública fazendo teatro e dividindo o lanche na hora no intervalo. Quando avisei pra ela que faria esta matéria, perguntei como ela se via diante dessas aventuras todas. Ela me respondeu:


"Me orgulho de tudo. Fiz com muito amor, responsabilidade e muito medo. Percebo que sou uma pessoa agraciada por Deus. Nesta minha pequena trajetória artística , até então, tive comigo Verônica Moreno, Paulo Russo, Tássia Aguiar, Josuel Junior, Val Torres, Miquéias Paz, Lidia Oyo, Liana Farias, Alisson Sbrana, Catarina Accioli, Athur Cavalcante, Fáuston da Silva e Sérgio Maggio... sempre me orientando e me qualificando, por meio das oficinas, ensaios. Todos me acolhendo com carinho e respeito. Não me percebia como uma atriz, mas hoje me percebo como uma pessoa que busca fazer aquilo que sonhou, que sonha, que gosta e que ama fazer o que faz."
Marcia Costa


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