JORNALISTA E ESCRITOR LANÇA DOIS ROMANCES DIGITAIS QUE EXPLORAM RESISTÊNCIA, IDENTIDADE E REINVENÇÃO
- Josuel Junior - Editoria
- há 5 dias
- 4 min de leitura
Autor do independente "Os filhos da revolução", Patrick Selvatti retoma ficção com os e-books "A orquídea e o beija-flor", uma fábula contemporânea política jovem, e "Ainda sou mar", um mergulho adulto na crise existencial de um homem que um dia foi mito

Mineiro de Lavras (MG), Patrick Selvatti, vive há duas décadas em Brasília. É subeditor do Correio Braziliense, onde também escreve sobre televisão e streaming, além de crônicas e artigos de opinião. Suas matérias com astros e estrelas das artes repercutem nacionalmente e são sinônimos de qualidade editorial. Em 2023, foi premiado em um concurso de crônicas e, agora em dezembro, conquistou o primeiro lugar no Prêmio CFA (Conselho Federal de Administração) de Jornalismo. Seus dois novos romances buscam conectar com leitores em diferentes fases e com diferentes interesses, mas com um fio comum: a jornada do indivíduo em busca de seu lugar no mundo, seja desafiando um reino ou as próprias inseguranças.
O jornalista adentra duplamente o terreno da ficção com o lançamento simultâneo de dois romances em formato digital pela Amazon Kindle. As obras, já disponíveis para venda e incluídas no catálogo gratuito para assinantes do serviço Kindle Unlimited, marcam o retorno do autor — após o lançamento, em 2008, da obra impressa "Os filhos da revolução" e, em 2023, do e-book "Aviso aos navegantes" — em gêneros distintos: a ficção jovem com elementos de fantasia e o drama realista adulto com foco na temática LGBTQIAPN+.
A orquídea e o beija-flor

A primeira obra, "A orquídea e o beija-flor", finalizada em 2024 e atualizada este ano, se define como uma "fábula contemporânea". O enredo transporta a jovem Zoe de Paris para Corona del Sur, uma fictícia monarquia sul-americana esquecida, onde seu pai é o primeiro-ministro. Dividida entre a opulência da corte e as causas sociais, a protagonista vê seu destino se entrelaçar com figuras como um príncipe em conflito com o peso da herança, um jovem ator de Hollywood em ascensão e uma filha da elite com instinto revolucionário.
O destino de Zoe — que, em determinado momento se apresenta como Orquídea para não se revelar filha do primeiro-ministro — está intimamente ligado a Beijaflor, um pescador que — entre o paradoxo de desfilar no carnaval em cima de um carro alegórico "vestido de Adão" e, 40 dias depois, interpretar Jesus Cristo na Via Sacra local — atua como líder comunitário e torna-se símbolo da luta pela preservação do meio-ambiente, desafiando os interesses diretos da Coroa. Assim, a trama mescla romance, aventura e disputas políticas em um cenário tropical de contraste repleto de simbolismos.
"Mais do que uma história de amor proibido ou de descobertas, 'A orquídea e o beija-flor' é uma narrativa sobre resistência e transformação", justifica Selvatti. "É sobre jovens desafiando estruturas de poder arcaicas para proteger a essência de seu povo e de sua terra. A fábula permite discutir temas sérios — como justiça social, lealdade e identidade — em um universo que, embora imaginário, dialoga diretamente com nossas próprias contradições", completa o jornalista e escritor, que, em seu romance de estreia, 'Os filhos da revolução', revisitou os anos 1980 em Brasília em meio ao movimento pelas Diretas Já e a efervescência cultural característica da época que lançou o rock candango para o Brasil.
Ainda sou mar

Já o segundo romance, 'Ainda sou mar', escrito e finalizado em 2025, é um projeto mais introspectivo e voltado para o público adulto. A narrativa em primeira pessoa acompanha Marlon Petit, um ex-modelo internacional bissexual de 42 anos, em sua crise existencial enquanto tenta se reconectar com sua essência, longe dos holofotes e da pressão por uma juventude eterna.
A trama se passa no Rio de Janeiro, entre mergulhos concretos e abstratos no mar, sessões de terapia encaradas como "papo entre amigos", uma crise conjugal, conflitos do universo LGBTQIAPN+ e encontros com dois personagens que refletem as angústias do protagonista: um vizinho sexagenário em busca de prazeres tardios e um influenciador de 19 anos que parece herdar seu posto de "boy da praia".
"Aqui, a proposta é um mergulho poético e visceral nas marés internas de um homem que precisa reaprender a dominar as correntezas e manter-se na crista da onda", explica o autor. "É uma história sobre a difícil arte de envelhecer em uma sociedade obcecada pela imagem, sobre a busca por afeto genuíno em meio ao hedonismo e sobre a saúde mental de quem foi tratado como produto. 'Ainda sou mar' fala da tensão entre a persona pública desejável e o desejo íntimo por pertencimento e autenticidade", conclui.
Essência de folhetim
A dupla de lançamentos revela a versatilidade do jornalista em sua faceta literária. Enquanto "A orquídea e o beija-flor" aposta em um enredo coral, cheio de reviravoltas e ambientação fantástica, "Ainda sou mar" se concentra na profundidade psicológica de um único protagonista, que percorre por entre vidas que o atravessam, com uma linguagem sensorial e crua.

Especializado em coberturas de novelas e séries de televisão e streaming para o Correio Braziliense, Patrick Selvatti transporta para suas obras todo o seu conhecimento sobre teledramaturgia, em narrativas romantizadas e repletas de reviravoltas. Além disso, ambas as edições contam com ilustrações dos personagens e de ambientes, criadas com auxílio coordenado de Inteligência Artificial, que resgatam um pouco da atmosfera visual das fotonovelas e dos quadrinhos, enriquecendo a imersão do leitor.
"Não se trata de um recurso original, mas é fruto dos nossos tempos instagramáveis e auxilia o leitor a navegar com mais clareza pela narrativa. Em 'A orquídea e o beija-flor', por exemplo, as ilustrações ambientam o cenário do país fictício, sinalizando geograficamente os locais onde as ações se desenrolam", explica o autor. "Já em 'Ainda sou mar', um romance onde a estética é o fio condutor, as imagens são uma indução para que o leitor consiga mergulhar melhor na mente do narrador-protagonista, que percorre toda a sua história desde a infância, facilitando ao leitor a contemplação visual das diferentes fases de sua vida", defende Selvatti, que caracteriza suas obras como "uma espécie de folhetins modernos".
PROGRAME-SE
Lançamento dos e-books "A orquídea e o beija-flor" e "Ainda sou mar", de Patrick Selvatti.
Disponível exclusivamente na Amazon, em formato Kindle.
Comercializados individualmente, a partir de R$ 15. Leitura gratuita para assinantes do programa Kindle Unlimited.
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