A série de 21 fotos do despretensioso projeto "Os verbos de uma rotina ou o desnude de estar em casa" revela um verbo diferente para cada foto do casal Rafael e Paulo Ricardo.
Devanear - Sonhar, fantasiar, imaginar.
Flanar - Andar sem rumo, sem coisas com as quais se preocupar.
Fitar - Permanecer olhando fixamente para; firmar ou firmar-se
Quarentenar - Permanec... ok. Esse verbo nem existe, na real!
Quarentena nem é verbo! É um substantivo que pressupõe um conjunto de medidas e restrições que requerem isolamento. É uma palavra que a gente conhece, mas que até seis meses não fazia parte de nosso vocabulário habitual. Aliás, com a pandemia do novo coronavírus, muita coisa que não fazia parte de nossa rotina agora é presente em nosso repertório de assuntos, de pensamentos, de querências e de inquietações.
No Rio de Janeiro, o casal Rafael Tupinambá e Paulo Ricardo Diniz começou uma brincadeira pessoal que revela muito das fragilidades e das potências do homem do século XXI. Entre reuniões remotas, almoços, louça pra lavar, banho, sesta no sofá, garrafas de vinho abertas e alguns suspiros dobrados, os dois tiveram a ideia de registrar essas pílulas de poesia cotidiana para preencher o tempo que a bendita (ou não) quarentena sugere.
Quem conhece os dois sabe que a rotina de trabalho deles é intensa, mas também sabe que o que estão registrando nas fotografias não é nada fora da filosofia que vivem. Acredito até que eles estão ali sentados no sofá e, de repente, surge uma ideia de registrar aquele momento. A produção que é feita é básica, apenas para dar a dose necessária de poesia às ações corriqueiras. Alguns cliques eles mesmos fazem, outros são feitos de maneira remota, como nas fotos clicadas por Sergio Santoian. O resultado é um desnude delicioso... Um desnude, um desbunde, um desvelo, um momento que os dois se lembrarão com gracejo e sorrisos saudosos quando tudo isso passar. E há de passar!
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