PROJETO "LUZ, SOM E AÇÃO" FORMA 60 MULHERES EM CURSOS DE ROADIE E ILUMINAÇÃO NO DF
- Josuel Junior - Editoria
- há 2 dias
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Iniciativa da Guia Acessibilidade Inclusiva, com apoio do FAC-DF, capacitou mulheres de 20 regiões administrativas, incluindo pessoas com deficiência

O projeto Luz, Som e Ação, que ofereceu formação técnica gratuita para mulheres em áreas tradicionalmente masculinas da cultura, encerrou sua primeira edição com resultados expressivos: 60 alunas certificadas em cursos de Roadie e Técnica de Iluminação, realizados no Instituto Federal de Brasília (IFB) do Recanto das Emas e no Jovem de Expressão, em Ceilândia. Com 116 inscritas de 20 regiões do Distrito Federal, a iniciativa, viabilizada pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF, demonstra o potencial de políticas públicas para reduzir desigualdades de gênero no setor cultural.
Quebrando barreiras: mulheres nos bastidores da cultura
Com turmas formadas majoritariamente por mulheres de 25 a 34 anos (53,4%), o projeto destacou-se pela diversidade territorial: Ceilândia (19,8%) e Taguatinga (13,8%) foram as cidades com maior representatividade. Além disso, 13,5% das participantes eram pessoas com deficiência, garantindo acessibilidade com recursos como audiodescrição e intérpretes de Libras.
“Mais do que uma formação técnica, o projeto Luz, Som e Ação é um movimento pela equidade. Montar palco, operar luz ou som não é, e nunca foi, exclusividade de um grupo. Queremos abrir caminhos para talentos que historicamente foram deixados de fora", afirma Ellen Oliveira, idealizadora do projeto.
A facilitadora do curso de iluminação, Zizi Antunes, destaca que o projeto traz inovação e uma oportunidade única para a mão de obra feminina na área técnica de eventos. "Além de quebrar o paradigma do preconceito, como a ideia de que mulheres não teriam capacidade física para funções em iluminação ou montagem, o trabalho dessas profissionais precisa ser reconhecido. Este curso está formando novos talentos, preparadas para o mercado", enfatiza Zizi.
Depoimentos que inspiram

Os cursos não apenas capacitaram, mas mudaram trajetórias. Clara Lua, aluna de Roadie, elogiou a didática da instrutora e a escolha por turmas exclusivas: "A Guia acertou em abrir essa oportunidade só para mulheres. Pela minha vontade, o curso teria mais aulas, eu continuaria aprendendo!".
Para Rafaela Xavier o curso possibilitou uma reconexão pessoal: "Saí sabendo por onde começar a me inserir na área, e o ambiente só de mulheres foi fundamental para me sentir confiante".
Na turma de Iluminação, Mariana Aguiar saiu com novos olhos para a técnica: "Entrei sem nenhuma noção e hoje vejo a luz como ferramenta artística. O curso foi impecável. Só queria mais dias ".
Mercado em expansão: economia criativa no DF abre portas para técnicas qualificadas
O Distrito Federal consolida-se como um dos principais pólos da economia criativa no país, segundo o Mapeamento da Indústria Criativa 2025, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O estudo, que analisa setores como audiovisual, música, artes cênicas e expressões culturais, posiciona Brasília como o maior centro produtivo fora do eixo Rio-São Paulo, um cenário que amplia oportunidades para profissionais qualificados nos bastidores da cultura.
Dados do Sebrae-DF reforçam esse potencial: hoje, a capital federal conta com 130 mil trabalhadores formais na economia criativa, que movimentam cerca de R$ 10 bilhões por ano.
"Esse mercado aquecido demanda mão de obra especializada, e as alunas do Luz, Som e Ação estão prontas para ocupar esses espaços", destaca Ellen Oliveira.
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