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JULIANA ZANCANARO LANÇA SEU PRIMEIRO LIVRO DE POEMAS EM PARCERIA COM O SELO MARIA COBOGÓ

A atriz Juliana Zancanaro lança seu primeiro livro de poemas em parceria com o selo Maria Cobogó: A poesia não interessa.

O título A Poesia Não Interessa provoca o senso comum do gênero ser algo rebuscado, tedioso, até repulsivo, mas já se explica na primeira página com texto homônimo. “A poesia é a palavra na sua forma mais poderosa para ampliar percepções e traduzir nossa complexidade.” completa Juliana.

A atriz costuma escrever mais para os palcos, como sua peça na estrada desde 2011, Elizabeth Tudo Pode, que virou livro bilíngue pela C de Coisas (2017). Tem outro livro infantil publicado, As Minhocas de Sabina (Franco Editora, 2015), e fez duas traduções. Do italiano, o livro Pedras D’água da atriz Julia Varley, Odin Teatret, e, do espanhol, a peça Gordas, da argentina Natalia Marcet. Desde a pandemia, tem postado trechos de seus poemas nas redes sociais, depois em lambes pela cidade, e acabou criando coragem de publicar depois de tantas perguntas sobre onde encontrar o livro. “Versos que ganharam paredes, muros e criaram vida... Assim mesmo lambidos, molhados e queimados de sol”, como diz a editora Christiane Nóbrega, também escritora e co-fundadora do Maria Cobogó, Coletivo Editorial de escritoras de Brasília.


“Lançar um livro parece algo pretencioso, mas deixar palavras na gaveta é o mesmo que deixá-las travadas na garganta.” diz a artista. “Se há pecado no mundo, esse talvez seja dos maiores. Nosso dom da comunicação, parece ser nosso principal desafio. De problemas cotidianos a conflitos internacionais, quantos poderiam ser evitados...”


Segundo a diretora Luciana Martuchelli, parceira teatral de Zancanaro desde 2001,  “quando uma atriz escreve, nunca é apenas prosa ou verso, mas palavras cobertas de ação” e Juliana traz um “jogo ágil e poeticamente feminino, nos impulsiona a meditar e a agir, são pepitas de ouro que nos resgatam! Abrem nossos olhos para dentro! (...) Sua escrita é tocada pela natureza humorada, dinâmica e revolucionária dos anseios. Pura arte, fruto dos malabarismos da autora entre a vida de publicitária, de atriz, de produtora e mãe.”


Juliana é também publicitária e se divide em várias funções na arte. Como produtora cultural, é responsável pelas peças da Cia Yinspiração/Tao Filmes, pela residência artística A Arte Secreta do Ator, com Eugenio Barba e Julia Varley, Odin Teatret (17 edições) e o Festival Internacional de Mulheres no Teatro, Solos Férteis, (4 edições), ligado à rede Magdalena Project.


O lançamento será no Paradeiro (309 Norte), livraria e café, dia 05 de abril, a partir das 19h. “Além do Paradeiro ser um espaço aconchegante com comidinhas deliciosas, Mari (Mariana Moutella, proprietária) é minha querida amiga, grande incentivadora dessa aventura.” diz Juliana. Falando em amigos, claro que os artistas presentes (e quem mais quiser) serão convidados a ler alguns textos, num sarau improvisado. 


A Poesia Não Interessa não tem divisão por temas nem cronologia. Tal qual na vida, várias idades e assuntos aparecem desordenados. Ela sugere a leitura aleatória, abrindo páginas ao acaso. No livro também há espaço pra rabiscar, desenhar, completar versos, anotar... “A vantagem do livro de papel é poder ser rabiscado”. Alguns poemas podem ser lidos, de trás para frente. “Todos, na verdade, uma brincadeira com a palavra, mas indico alguns especialmente grifando o último verso em negrito.” explica a autora. O livro ficará à venda na Paradeiro e pelo Instagram.


A poesia não interessa

 

A poesia não interessa

a ninguém

Nem paga as contas do poeta.

Mas quando a ferida abre,

a alegria irrompe,

quando a raiva pulsa,

quando o amor consome,

quando a dor machuca,

só ela que é capaz de traduzir.

É ela que cura, é ela que acalma,

é ela que festeja e diz pro coração que ele pode sentir.

É ela que faz sentido.

A poesia interessa

nos momentos intensos da vida.

...será que por isso que dizem que não interessa?

Talvez se queira a pouca intensidade, o normal,

o brando.

Mas até pro brando

o bando de palavras importa,

dá sal, dá cor,

abre a porta.

Seja pela rima mesmo pobre

seja pelo som mesmo bobo

seja mesmo pela mesmice

seja pelo raso que permite imaginar que há o fundo.

É inevitável… há poesia no mundo.

Ela fica ali tranquila pra quem quiser ver,

sem pressa…sem pressa

a poesia se interessa.

 

PROGRAME-SE

A Poesia Não Interessa, Juliana Zancanaro

Lançamento: 05 de abril, a partir das 19hLocal: Paradeiro, livraria e café, SCLN 309 bloco D

Valor do livro: R$ 40,00

@zancanaroju @paradeiro309 @mariacobogo

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