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EXPOSIÇÃO "TERRAS RARAS: SAGRADO FEMININO" NO MUSEU DE ARTE DE BRASÍLIA

Museu de Arte de Brasília recebe exposição de artesãs pernambucanas

Lenynha Tibúrcio Mestra Neguinha de Belo Jardim Nena Carvalho Simone Souza Carina Lacerda foto Hermes Costa Neto
Lenynha Tibúrcio Mestra Neguinha de Belo Jardim Nena Carvalho Simone Souza Carina Lacerda foto Hermes Costa Neto

O Museu de Arte de Brasília (MAB) recebe a partir do sábado, 25 de outubro, a exposição TERRAS RARAS: SAGRADO FEMININO, que traz um recorte do que a Região Nordeste tem de mais representativo: a força das mulheres e o artesanato. Cinco artistas pernambucanas, mestras no ofício de transformar o barro e a madeira em arte, apresentam suas criações que transmitem as tradições, conhecimentos ancestrais e as técnicas passadas de geração em geração. Estarão expostas um total de 200 obras, que estarão à venda com preços a partir de R$ 110,00. A exposição fica em cartaz até 15 de dezembro, com visitação de quarta a segunda-feira, das 10h às 19h, acessibilidades (Libras e Audiodescrição) e visitas guiadas.


TERRAS RARAS: SAGRADO FEMININO traz pela primeira vez a Brasília, as obras das artesãs pernambucanas Carina Lacerda (Petrolina) e Simone Souza (Buíque), que esculpem em madeira, Mestra Neguinha (Belo Jardim), Mestra Nicinha Otília (Alto do Moura/Caruaru) e Lenynha Tibúrcio (Tracunhaém), que moldam seus trabalhos no barro. Com produção dos pernambucanos Eric Valença, na direção geral, e Nena Carvalho, na curadoria, a exposição propõe um mergulho no universo dessas cinco mulheres que, além do ofício, têm em comum o fato de terem superado preconceito e traçado um caminho próprio no Artesanato.


A exposição chega a Brasília graças ao Fundo de Incentivo à Cultura do Governo de Pernambuco - FUNCULTURA PE, apoio do Museu de Arte de Brasília – MAB e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. Em 2026, a exposição será apresentada no Recife. “Quisemos contemplar todas as macrorregiões de Pernambuco e mostrar a produção que floresce nas terras antes dominadas por homens. As mulheres estão ressignificando o artesanato na região. E já são muitas, com um trabalho autoral, de muita identidade. Por questões logísticas, tivemos de escolher apenas cinco, mas não foi uma tarefa fácil. Digamos que trouxemos o sumo”, aponta a curadora.

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ARTE SUSTENTÁVEL - Após anos trabalhando na curadoria do Centro de Artesanato de Pernambuco, entidade governamental que atua na divulgação e venda dos trabalhos de artesãos e artesãs pernambucanas, Nena Carvalho teve a oportunidade de conhecer toda a produção do estado e perceber, a partir da escuta, a urgência da sustentabilidade para a continuidade da artesania. “Existe muita dificuldade de conseguir a matéria-prima hoje em dia. Tanto a madeira como o barro têm seu tempo próprio, então é preciso estar em harmonia com a natureza para trabalhar com ela. TERRAS RARAS é um grito pela sustentabilidade e as mulheres têm um papel fundamental nesse movimento de repassar o conhecimento, que é transmitido naturalmente, pela oralidade, no dia a dia, em meio às tarefas da casa, no cuidado com os filhos. O SAGRADO FEMININO”, defende a curadora.


ACESSIBILIDADE – Uma revista em braille, com todas as informações da exposição, uma agenda de visitas guiadas com intérprete de Libras, recursos de audiodescrição e peças táteis integram as acessibilidades à disposição do público. Cada artesã produziu uma obra tátil para apreciação das pessoas cegas e com baixa visão, que também terão à disposição o suporte audiodescritivo. As peças foram produzidas por encomenda da curadoria, que propôs um exercício a cada uma. “Eu pedi para elas fecharem os olhos enquanto trabalhavam na peça e pensassem no que gostariam de dizer para as pessoas”, conta Nena Carvalho.


As visitas guiadas serão realizadas aos sábados, nos dias 01 e 22 de novembro, e 6 e 13 de dezembro, às 16h30. Nos dias 22 de novembro e 6 de dezembro, as visitas serão acompanhadas por intérprete de Libras. A entrada é gratuita.

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VENDAS – O projeto TERRAS RARAS: SAGRADO FEMININO tem também o compromisso de promover a venda das obras em exposição. Em um processo construído com confiança e transparência, cada mestra artesã definiu o valor de suas obras em comum acordo com a curadoria. Após as vendas, receberão integralmente o valor que atribuíram às peças, reafirmando o respeito à autonomia e à valorização do fazer artesanal. A compra das obras em exposição poderá ser feita presencialmente, direto com a equipe TERRAS RARAS, no período da exposição, entre 25 de outubro e 15 de dezembro, ou via plataforma de vendas, que será lançada na abertura da exposição. No entanto, a retirada das peças vendidas só poderá ser realizada ao término da exposição, no período entre 16 e 20 de dezembro.


SOBRE AS ARTISTAS


Carina Lacerda – Natural de Petrolina, suas criações expressam reverência e cuidado com a Natureza. Transforma em arte os pedaços de madeira que o homem e a natureza descartam. Em suas mãos, cada fragmento transforma-se em obras delicadas, carregadas de respeito pelo meio ambiente. Da tradição do Vale do São Francisco, a artesã se apropriou da carranca e acrescentou seios, criando a Carranca de Peitos,obra manifesto contra a misoginia e o machismo estrutural.


Lenynha Tibúrcio – Natural de Tracunhaém, berço do barro, é filha de mestres artesãos. Desde criança tem contato com a cerâmica, mas só aos 23 anos se dedicou à arte. Suas peças nascem de sonhos. Cada peça é um abraço silencioso, um gesto de carinho que carrega histórias, sentimentos e a força das mulheres de Tracunhaém, mantendo viva a tradição da cerâmica e inspirando novas gerações.


Mestra Neguinha – Nascida em Belo Jardim, no Agreste pernambucano, desde os 7 anos carregava pequenos pedaços de argila para a mãe e a avó, onde saberes e fazeres eram transmitidos de geração em geração. Neguinha preserva técnicas tradicionais do artesanato indígena, moldando cada peça à mão e decorando-as com delicados desenhos feitos com pena de galinha e cores naturais da argila Tauá. Suas peças mais conhecidas são tamanduás, santos e as famosas cabeças.


Mestra Nicinha Otília - Artesã e poetisa do Alto do Moura, em Caruaru, Mestra Nicinha Otília vê o barro como fonte de criação, expressão e vida, chamando-o de “ouro negro”. Desde Criança, moldava seus brinquedos, inspirada pelo Mestre Galdino. Palestrante, escritora, mãe e integrante do Coletivo Flor do Barro, suas obras são pontes entre memórias, resistência e sonhos.


Simone Souza - Artesã de Buíque, Simone é filha do povo indígena Kapinawá. Se expressa por meio de suas esculturas em madeira, onde cada traço revela histórias e sentimentos. Celebra o sagrado feminino e a generosidade da Mãe Terra, transformando a madeira esquecida em símbolos de força, beleza e conexão com a natureza. Em seu ateliê, no Vale do Catimbau, a artesã faz renascer a madeira descartada. Suas peças, muitas figurativas, retratam a mulher, a natureza e o sagrado.


QUEM FAZ

Curadoria: Nena Carvalho

Artesãs: Carina Lacerda, Lenynha Tibúrcio, Mestra Neguinha, Mestra Nicinha Otília e

Simone Souza

Direção Geral: Eric Valença

Produção Executiva: Eric Valença Ewerton Marinho Nena Carvalho EVVE Produções

Direção de Fotografia: Hermes Costa Neto

Assistente: Bruno Carvalho

Direção de Arte | Designer: João L. Carvalho

Assistente: Aline Andrade

Comunicação: Ana Souza e Ana Nogueira

Makeup (fotos): Priscilla Rodrigues

Cenografia: Matilha, Giba Cançado e Marley Oliveira


PROGRAME-SE

TERRAS RARAS: SAGRADO FEMININO

Local: Museu de Arte de Brasília MAB (SHTN - Trecho 1- Projeto Orla Polo 03, lote 05 –

Plano Piloto)

Data: ABERTURA – sábado, 25 de outubro, às 10h

Horário de visitação: quarta a segunda-feira, das 10h às 19h

Visitas guiadas: sábados 01 e 22 de novembro, 6 e 13 de dezembro, às 16h30

Acessibilidades: revista em braille, com todas as informações da exposição, exposição

de peças táteis com recurso de audiodescrição, intérprete de Libras dias 22 de

novembro e 6 de dezembro, às 16h30

ENTRADA GRATUITA


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