O nome da dama do teatro brasileiro Dulcina de Moraes está novamente em voga depois que o acervo pessoal da Fundação Brasileira de Teatro começou a ser revelado ao público. Você sabia que Dulcina havia feito um filme com o marido Odilon Azevedo?
Além de documentos importantes que narram a trajetória do teatro brasileiro na primeira metade do século XX, fotografias, registros em Diários e acervo de figurinos e adereços, a equipe que está inventariando o material presente no prédio da FBT teve acesso ao filme "24 horas de Sonho", protagonizado por Dulcina de Moraes e o marido e ator Odilon Azevedo.
O longa de 1941 tem direção de Chianca de Garcia e nos revela uma Dulcina jovem e sagaz que contracena com outros importantes nomes do teatro nacional, como os próprios pais, Conchita e Átila de Moraes, Aristóteles Penna, Laura Suárez, Sarah Nobre, Sadi Cabral, Paulo Gracindo, Oscarito, José Soares e até Beatriz Seggal, que fez uma ponta no filme.
*A trama revela as peripécias de Clarice (Dulcina de Moraes), uma jovem decidida a pôr fim na própria vida e aproveitar até a última gota seus últimos momentos de existência. Ela instala-se num luxuoso hotel sob o suposto nome suposto de uma baronesa.
Clarice faz vários gastos e tenta manter a farsa por 24 horas. Como pano de fundo, a moça convive ainda com membros da aristocracia europeia que se hospedam no hotel fugindo da segunda guerra mundial. O filme “24 horas de sonho” apresenta uma partitura musical composta especialmente para a produção. A música vai do princípio ao fim acompanhando o ritmo dos movimentos, conservando um valor sinfônico especial. Aplicou-se música incidental, até então inédita no cinema brasileiro, de autoria do maestro Arthur Bosmans. No decorrer do longa, Dulcina de Moraes canta “Mulher Sherlock”, de Muraro, e Janir Martins canta “Quem viu”.
Passeando pelo drama e pela comédia, o filme da produtora Cinédia marca a única aparição no cinema de Dulcina de Moraes, uma das maiores atrizes do teatro brasileiro que, em 2022, teve seu nome reerguido por meio de uma série de pesquisas sobre o acervo pessoal da Fundação Brasileira de Teatro em Brasília. A revelação do rico material da FBT chamou a atenção da imprensa e da classe artística. Nomes como Nathalia Timberg, Fernanda Montenegro, Deo Garcez já tiveram conhecimento do material e chegaram a compartilhar o trabalho de resgate da história de Dulcina em suas redes.
Dulcina de Moraes morreu em agosto de 1996 e, atualmente, seu acervo pessoal e o da Fundação Brasileira de Teatro estão passando por um longo processo de catalogação e digitalização.
Assista ao filme:
*Matéria do Portal Conteúdo com informações de 2015 da TV Brasil - EBC
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