QUE NOITE, SENHORES! ENCRUZILHADA SONORA EMOCIONA O PÚBLICO NO TEATRO NACIONAL - DF
- Josuel Junior - Editoria
- há 4 horas
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Evento teve como mote principal o lançamento do documentário musical "Encruzilhada Sonora", que celebra os 15 anos do projeto Brasília Independente.

Brasília foi presenteada com uma noite de muita arte, resistência e autenticidade. O público que saiu de casa na quarta-feira foi surpreendido com um repertório afetivo e de guerrilha no palco da Sala Martins Penna, do Teatro Nacional.
A edição especial do Projeto Brasília Independente apresentou a prévia do documentário "Encruzilhada Sonora", um registro audiovisual que celebra a existência do concurso idealizado pela jornalista e ativista cultural Márcia Witczak. O Brasília Independente nasceu na Globo em 2011 como parte das ações do telejornalismo local e foi ganhando com o tempo ares de festival genuinamente brasiliense, impulsionando artistas independentes do cenário musical, alcançando, intérpretes, bandas, produtores, autores e toda uma cadeia que sobrevive da música autoral. Fora da Globo, o projeto segue firme e se afirma a cada ano como o seu próprio nome de batismo sugere: independente, mas igualmente respeitado.
Já nos bastidores, artistas que participaram das edições anteriores celebraram o encontro. Toda essa ideia de Márcia Witczak é ligada diretamente à pesquisa de mestrado da jornalista, que tem como foco refletir os ecos dos artistas independentes do DF.
"Hoje é um dia tão importante. Nossos artistas vão pisar pela primeira vez neste palco do teatro mais importante da capital do Brasil. A gente está aqui por eles... Pelos artistas independentes, periféricos, por aqueles que não têm palco ou estão procurando palco. É para isso que o Brasília Independente existe", comenta Witczak.
O show "Encruzilhada Sonora" contou com um repertório crescente e envolvente. Ver a performance de Israel paixão falando de sua boniteza artística e do posicionamento do artista negro que rompe preconceitos com audácia e qualidade musical impactou a plateia, que rapidamente, se rendeu à sua apresentação.
"Por ser preto você tem que ser duas vezes melhor. Pra chegar até aqui foi muito corre, muita dedicação, tá ligado? Sempre acreditando no hip hop que foi o que me deu voz e me tirou da invisibilidade"*, explica Paixão.

Anna Moura quebrou tudo falando da arte do corre e do corre da arte, sendo ovacionada por colegas, fãs e admiradores. Fábio dos Santos pediu licença ao público e abriu os caminhos para que todo mundo cantasse com ele um ponto, levando ritualidade, qualidade musical e muita beleza ao palco.
"O que me dá força todos os dias é saber que tem umm galera que curte a minha música, o que eu escrevo, minhas poesias. É o que a gente leva hoje para para o palco são shows com muita energia e axé.", celebra o integrante da Banda Patacori.
Debby Zimmer e sua guitarra mostraram a força da música instrumental, seguida de Tonhão nunes, que hablou! E hablou mucho sobre vida, infância, negligência, descoberta, altivez e empoderamento por meio de um número musical que beirou o sublime, o mágico, o inesperado. Subiram ao palco também os cantores Prince Belofá, Laady B, Bruno Jacob, Flor Furacão e Lyndon.
Sabe essas noites que mudam a nossa vida? E a nossa vida muda quando menos se espera. Numa quarta-feira de novembro, dia menos provável para se encher uma sala de teatro, um encontro se transformou num momento inesquecível para quem ama cultura e suas representações.
Estamos falando da lida corrida de uma encruzilhada sonora que diz respeito à arte que brota nas periferias. Ao projeto, nosso mais sincero respeito e admiração.

Quem tiver interesse em assistir ao documentário musical pode acompanhar a rede do Brasília Independente no instagram: https://www.instagram.com/brasiliaindependente/
Josuel Junior | Portal Conteúdo
*Trechos de depoimentos retirados do perfil oficial do Brasília Independente no Instagram.






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