Confusa, anárquica e looonga novela de 2003, Kubanacan entrou nesta semana no catálogo do Globoplay causando alvoroço em quem era adolescente na época. Acredite... ela nem era tão boa assim.
A novela é "Kubanacan", mas poderia se chamar "Delírio tropical". Se fôssemos tentar resumir a história dela, seria algo como: Náufrago sem memória cai do céu numa ilha tropical, provocando desejo entre as mulheres e a ira de seus maridos. Desenvolvendo dupla personalidade ao longo dos 227 capítulos, Esteban é, na verdade, um viajante do tempo machista fruto de uma experiência científica futurista que só fomos entender melhor anos depois com "Dark" e "Stranger Things".
É sério... Eu não tô brincando. Essa é a história de Kubacanan. A novela de Carlos Lombardi tem Betty Lago, Humberto Martins, Marcos Pasquim, Danielle Winits, Vladimir Brichta, Adriana Esteves e Carolina Ferraz como elenco principal, mas a história é tão extensa, tão cheia de elementos estéticos discordantes e sem ligação que mais de 100 personagens existiram para confundir a cabeça do espectador.
Eu tinha 16 anos e estava no 3º ano do Ensino Médio em 2003. Lembro que mesmo sendo o público alvo da trama, ela já não me encantava. Vi o primeiro capítulo, achei meio confusa, meio gritada e desisti. Volta e meia, passava pela sala de casa e alguém dizia: Essa novela não tem pé nem cabeça!
O próprio G1 apresentou uma sinopse difícil de entender da novela das sete. De acordo com o site, na república de Kubanakan só tinha problema: corrupção, empreguismo, coronelismo e inchaço da máquina pública. Após a morte de Rúbioo Montenegro (Stenio Garcia), o general Carlos Pantaleon Camacho (Humberto Martins) assume o poder. Além das intrigas políticas, a novela é cheia de confusões amorosas vividas por Esteban (Marcos Pasquim), Marisol (Danielle Winits), Enrico (Vladimir Brichta), Lola (Adriana Esteves) e Rubi (Carolina Ferraz). Antes fosse só isso.
Em uma colônia de pescadores da cidade de Santiago, a vida de todos se transforma quando um homem desmemoriado, com um tiro no peito, aparece na praia. Ele é acolhido pela aldeia e ganha o nome de Esteban. O rapaz não tem lembranças de como era sua vida antes, e o pouco que descobre sobre seu passado mostra que ele pode ter sido um homem violento. O pescador se envolve em muitas confusões durante a busca, e é reconhecido por diversas mulheres, que o identificam por nomes e ocupações diferentes.
Em depoimento ao Memória Globo, o autor Carlos Lombardi contou como desenvolveu a trama:"Eu fiz a junção de três histórias que andavam pela minha cabeça. Eu queria fazer um 'Que Rei Sou Eu?' diferente. Conforme os temas foram aparecendo, surgiu um ditador oportunista. Eu gostava muito da música 'Kubanacan', ambientei a trama nos anos 1950 e pensei numa base que remetia a Cuba pré-Fidel, contando em comédia a história da revolução e de todos os regimes que eu conheço e já vi."
Ao longo da trama, o protagonista descobre que tem um irmão gêmeo, que sofre de dupla personalidade e outros distúrbios. No fim da novela, ao fazer uma contagem, descobrimos que Marcos Pasquim vive cinco personagens diferentes. Sério... era bem confuso!
Além de ter tido vários problemas com o Ministério Público, "Kubanacan" sobreu com baixa de atores, excesso de narrativas e poucos links entre acontecimentos de última hora com os núcleos já estabelecidos. As trocas de casais e as mudanças bruscas de personalidade das personagens fizeram com que não levássemos a história tão a sério.
Talvez por já ser antiga (exibida há 17 anos) e por nunca ter sido reprisada no Brasil, a novela causou tanta comoção na internet desde que a Globo anunciou seu retorno na plataforma streaming.
"Kubanacan" teve um dos finais mais infelizes, machistas e misóginos da televisão brasileira. Após uma explicação difícil de ser engolida sobre a viagem no tempo, Dark Esteban (a versão malvada do protagonista) aparece num show de Marisol (Danielle Winits), chama a moça de vagabunda e, I-NEX-PLI-CA-VEL-MEN-TE, dá um soco nela. A tela escurece, ela geme de dor e prazer e, do nada, os créditos sobem. Muito, muito infeliz o desfecho.
Aos que têm coragem de assistir à novela, boa sorte... Se você conseguir passar do capítulo 100 sem reclamar, é sinal de que alguma coisa está errada.
Eu acho que a pira era aquela quantidade de homem (malhado para os padrões da época) sem camisa.
Eu não vi toda, mas a brincadeira que corria à época era que estava faltando camisa masculina em Kubanacan. E "coitado do Pasquim, deve estar passando frio nessa novela".
O contraste era gritante entre o figurino com um ar glamouroso das mulheres (roupa, sapatos, acessórios, cabelos) e os descamisados. Parecia aquelas capas de "Julia", "Sabrina", essas novelas de banca de jornal.
Eu concluo que essa novela era para a dona de casa hetera projetar seus desejos (ver e se imaginar passando o rodo em todos os homens bonitos "meio selvagens" enquanto glamourosa no dia a dia). Não é exatamente uma novela intelectual.…
Discordo! "Ilha paradisíaca, agitada por crises políticas e governada por 1 General que ninguém leva a sério (apesar de ser meio maluco). Quando aparece Esteban, 1 homem c/ amnésia que acaba mudando a rotina de todos, tentando lutar contra o governo, apesar de não saber muito bem o que está fazendo, nem quais serão as consequências disso". Mais 2020 impossível.
Eu concordo que fica cansativa em um determinado momento, mas assisti até o final e valeu a pena! É divertida, cheia de mistério, com criticas a corrupção, etc... Concordo com a parte de ser machista, além de piadas com gordos e certos diálogos inadequados com crianças, mas naquela época isso era "aceitável". Referente a compreensão da novela, eu achei que alguns fatos ficaram estranhos, mas da para captar a ideia geral.
Eu assistir os 227 capítulos, e achei que sua opinião sobre a novela q é sem noção. A novela é muito boa, engraçada e divertida, é muito avançada para a época, animada e com muita ação, além disso vem a ficção científica e deixa ela melhor ainda, até porquê é novela, igual aos filmes, não tem que seguir a vida real, por isso q é novela para a gente viajar e esquecer que vivemos numa vida sem graça onde nada acontece. Eu fico triste pelo o povo daquela época não ter dado valor a uma novela boa como essa, vibe boa, sem muito lenga lenga de mocinho e mocinha melosa que faz romantismo chato q só fica nisso, kubanacan…