O espetáculo traz poder em todas as suas formas, o jogo da corrupção política, protocolos de saúde estapafúrdios, o absurdo da decadência humana, a falta de empatia e o massacre aos direitos humanos.
É justamente um cenário distópico o da peça “O Alienista”, que estreia hoje na Cidade das Artes. Com texto de Gustavo Paso e Celso Taddei, livremente inspirado no conto homônimo do imortal Machado de Assis, a nova montagem da CiaTeatro Epigenia, que comemora 22 anos fundação, leva para o palco um elenco de 14 atores/cantores, protagonizados por Rômulo Estrela, que interpreta o paradoxal personagem de Simão Bacamarte e Luciana Fávero, fundadora da Cia, como a esposa, Evarista. A temporada vai até 10 de abril, com sessões de quinta a sábado às 20h30 e aos domingos às 18h.
A patafísica é uma crítica à lógica racional. Examina as leis que regem as exceções, nas palavras do romancista e dramaturgo francês Alfred Jarry é “a ciência das soluções imaginárias”. A patafísica de Jarry é algo além da metafísica e além da física. Pode também ser vista como paródia: uma celebração bem-humorada do paradoxo, que opera, de modo cômico, a desconstrução do real e sua reconstrução no absurdo. A patafísica explora “elementos dissonantes” de modo a criar não uma síntese, mas uma situação em que as incongruências podem coexistir. Atrás de toda a lógica, esconde-se o monstruoso.
A peça se aprofunda na pesquisa do Dr. Simão Bacamarte, médico renomado e de currículo invejável (mesmo que ninguém entenda as especialidades do doutor na então metrópole imaginária), acerca da loucura. Ele cria um lugar para internar os loucos da cidade sob seus próprios critérios do que é ser louco ou não. Esses critérios mudam conforme o tempo e os interesses – sejam por poder, por dinheiro, por reconhecimento – e geram revolta, golpes, até a falência social e financeira da então Metrópole, que se transforma em Distrito e, em seguida, em um simples Vilarejo decadente e subserviente ao Império, nos idos anos do século XIX.
Assim presenciamos a ascensão e queda de um louco que chega ao poder e passa a tomar decisões sem consultar previamente os representantes da sociedade, pois estão todos enjaulados no hospício fundado por ele mesmo! Mas isso é apenas uma fábula e sabemos que fábulas não existem!
QUEM FAZ Livremente Inspirado na obra de Machado de Assis "O Alienista" Texto: Gustavo Paso e Celso Taddei Direção e Cenografia: Gustavo Paso Iluminação: Paulo Cesar Medeiros Trilha Original e Direção Musical - André Poyart Treinamento Vocal: Dodi Cardoso Figurino: Graziela Bastos Adereços: Eduardo Andrade, Renato Ribone, Gustavo Paso, Eduardo Zayit, Malu Guimarães Direção de Movimento Coro: Edio Nunes Direção de Arte: Gustavo Paso Elenco: Rômulo Estrela / Luciana Fávero / Gláucio Gomes / Vitor Thiré / Samir Murad / Dodi Cardoso / Renato Peres / Tatiana Sobral / Tecca Ferreira / Anna Hannickel / Eduardo Zayit / Erick Villas / Laura Canabrava / Renato Ribone Identidade Visual nas artes gráficas: Putz Creative Studio Captação de apoio: Gheu Tibério Produção Executiva: Júnior Godim Direção de Produção: Luciana Fávero Assessoria de Imprensa - Alessandra Costa Gestão de Redes Sociais - Fernanda Portella Realização CiaTeatro Epigenia www.epigenia.art @ctepigenia PROGRAME-SE Local: Cidade das Artes - Grande sala Temporada de 10 de março a 10 de abril - de quinta a sábado às 20:30 e domingo às 18:00. Valores: R$ 60,00 (plateia) / R$ 50,00 (balcão) - inteira Duração: 90 minutos Classificação: 12 anos Lotação: 1200 lugares Gênero: Comédia dramática Acessibilidade: elevador, rampas e assentos especiais
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