top of page

NOVELA "ERA UMA VEZ..." ENTRA NA ÍNTEGRA NO STREAMING

O Globoplay incorpora ao seu catálogo "Era Uma Vez", novela escrita por Walther Negrão e estrelada por Herson Capri e Drica Moraes.

Claudio Marzo e Drica Moraes como o poderoso Xistus e a governanta Madalena

Com direção geral de Rogério Gomes, “Era uma vez” se passa na cidade de Nova Esperança, no interior do sul do país. Conta a história de Madalena (Drica Moraes), que para fugir do marido, o possessivo Danilo (Tuca Andrada), viaja para a Europa na companhia do amigo Maneco Dionísio (Antonio Calloni). Lá, eles se sustentam trabalhando como artistas de rua até serem descobertos por Danilo, o que os obrigam a voltar clandestinamente ao Brasil.


Disposta a não reatar com o marido, Madalena aceita um emprego de governanta em Nova Esperança. Ela vai viver na mansão do poderoso Xistus (Cláudio Marzo), onde passa a cuidar dos netos de seu patrão: Glorinha (Luiza Curvo), Zé Maria (Alexandre Lemos), Marizé (Alessandra Aguiar) e Fafá (Pedro Agum), órfãos de mãe. O pai das crianças é o veterinário Álvaro (Herson Capri), que mora num sítio com seu pai Pepe (Elias Gleiser). O viúvo está noivo da ardilosa Bruna (Andréa Beltrão), filha de seu patrão Rudy (Jorge Dória), um homem falido que vive de aparências. Com a transferência de Madalena para Nova Esperança, Maneco Dionísio, seu fiel e inseparável amigo, também decide morar na mesma cidade. Ele encontra abrigo na casa de Dona Santa (Nair Bello), a matriarca da família Zanella, mãe de Tito (Luciano Vianna), da sensata Emília (Deborah Secco) e do mau-caráter Horácio (Marcos Frota). Santa é irmã de Frei Chicão (Diogo Vilela), um franciscano que é obrigado a dividir o seu quarto com Maneco. No entanto, a chegada dos dois forasteiros modifica a rotina dos habitantes da pequena cidade. O velho e rigoroso Xistus se apaixona por Madalena, mas não é correspondido. A governanta ama Álvaro. Inconformados, Xistus e Bruna se unem para lutar contra esse amor. Madalena também vai demorar a ser feliz ao lado do veterinário e as coisas pioram quando Danilo descobre aonde ela vive depois do exílio europeu.


A novela também conta as histórias de Filé (Cláudio Heinrich), que vive o auge da fase de namoros e brigas. Apaixonado pela bem-comportada Emília (Deborah Secco), ele namora a ousada Cindy (Raquel Nunes). Já Emília gosta de Júlio (André Gonçalves), que só pensa em estudar.

“Era uma Vez” revive os personagens Shazan (Paulo José) e Xerife (Flávio Migliaccio), que encantaram as crianças dos anos 70. A idéia de trazer de volta os personagens foi de Walther Negrão, também o autor de “O Primeiro Amor” (1972), novela em que eles apareceram pela primeira vez. Depois, a dupla ganhou seriado próprio, "Shazan, Xerife e Cia.", que ficou na Globo até 1974. Na participação de “Era uma Vez”, Shazan e Xerife, atrapalhados como sempre, estão perdidos, brigam para achar o caminho e encontram Maneco, que os leva até a cidade Nova Esperança. De lá, eles se despedem dizendo que vão rever velhos amigos e saem em sua camicleta apitando e soltando fumaça. Originalmente a trama de Walther Negrão foi exibida de março a outubro de 1998 e teve 160 capítulos.


É uma novela que começa muito bem, brincando com referência à obra "A Novica Rebelde" e com cenas lindas ao som de "Terra do Nunca", de Angélica, mas que termina preguiçosa e cansada. Revi a poucos meses a trama na versão reduzida do Vale a pena ver de novo. Para quem não lembra, a novela teve uma reprise na Globo no ano de 2007. Foi uma reprise incomum, já considerada antiga. Dos 160 originais, a novela foi compactada em 69 capítulos. Um dos grandes problemas foi a não aposta de ludicidade ao núcleo infantil no decorrer da trama. As aventuras do filho do viúvo Álvaro perderam o encanto do meio pro fim. Aos mais atentos, "Era uma vez" parecia muito com a última novela de Walter Negrão", exibida dois anos antes: "Anjo de Mim", tanto em narrativa, quanto em estética. Esse é um dos grandes vacilos da produção. O núcleo infantil não recebeu tanto esmero depois que a trama emplacou. Faltou ali algo que "A Viagem", de Ivani Ribeiro, fez muito bem, ao colocar películas diferentes entre o núcleo terreno e o espiritual. É certo que "Era uma vez" mantinha uma narrativa realista-naturalista, mas um capricho a mais faria a novela se tornar inesquecível.


Não é uma trama ruim. É uma trama comum. Para quem tem saudade daquelas tardes de 1998, será uma boa pedida!

bottom of page