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MOSTRA DULCINA E A PROFISSIONALIZAÇÃO DE ARTISTAS DO DF

O Portal Conteúdo segue na produção de matérias que revisitam as primeiras edições da Mostra Dulcina, tradicional evento artístico-acadêmico do Distrito Federal. Neste texto, você verá um pouco das edições de 2006.

Acervo Pessoal - Josuel Junior

*Dulcina de Moraes foi uma das primeiras introdutoras do ensino da Educação Artística na universidade brasileira. Graças à ela, entre poucos pioneiros, o Teatro passou a fazer parte da sofisticada família do ensino superior do Brasil. O Parecer do Conselho Federal de Educação do MEC que instituía o "currículo mínimo" das carreiras universitárias de Ator, Diretor, Cenógrafo, Teórico de Teatro e Professor de Educação Artística na habilitação de Artes Cênicas, foi redigido a partir de documento apresentado por professores da FBT e da UniRIO, tendo Ducina como principal incentivadora. A FBT (Fundação Brasileira de Teatro), manteve no Rio, de 1955 a 1968, uma escola de teatro (a Academia de Teatro da FBT), em nível de 2º grau, na qual estudaram centenas de alunos, como Rubens Corrêa, Irene Ravache, Isolda Cresta e Ivan de Albuquerque.


*Ao transferir a sede da FBT para Brasília, construiu com projeto de Oscar Niemeyer o "novo" Teatro Dulcina e a primeira Faculdade de Artes efetivamente autorizada e reconhecida no país, à época. A FADM - Faculdade de Artes Dulcina de Moraes foi autorizada em 1980, com nove cursos superiores, passando a funcionar regularmente no 2º semestre de 1981. De 1984 a 1996**, graduou e licenciou quase dois mil bacharéis e licenciados em Artes Cênicas, Artes plásticas e Artes musicais, no universo das Artes e da Educação Artística. A maioria de seus alunos, hoje, por concurso, ocupa fundações de magistério no DF e em muitas outras cidades do país, além de dezenas de seus ex-alunos serem dos mais importantes e atuantes artistas cênicos de Brasília e do Brasil, no segmento de Teatro e Televisão.


*/**O texto acima teve como base o original de 08 de setembro de 1995 (Mensagem aos alunos, na volta às aulas, passando o Dia da Pátria), anexado no Livreto Seminário 100 anos de Dulcina de Moraes, impresso e distribuído em 2008.


Na matéria passada, falamos da 1ª e 2ª Edições da Mostra Dulcina. Agora, passaremos a 3ª e 4ª, do ano de 2006.


III MOSTRA DULCINA


A terceira edição da Mostra Dulcina foi realizada em 2006 e contou com orientação de Adriana Lodi e Francis Wilker. A direção de produção foi assinada por Daniela Gonçalves e a produção executiva contou com a própria Daniela, Nalva Sysnandes e Robert Litig. na recepção de público, Kika Moraes e nomes cativos da família Dulcina na época, como Celeste Silva, Galdino Rebouças, Tinaiana Costa, Igor Rasta e Thiago Jorge.


"Estive presente nas primeiras mostras. Estava no elenco da 'Ratoeira" e desde o primeiro projeto ate as montagens de final de curso, estar à frente da produção da mostra, ao mesmo tempo que estava na produção dos espetáculos, junto com Dani, Nalva e tantos outros, era um grande desafio... Muito do que aprendi nas produções das mostras e dos espetáculos que fiz me serviram de base para as produções que faço hoje." - ROBERT LITIG.

Marat Sade, Ruído, A Santa, A Puta: Autores não Identificados/ Aleluia Palmital: Clarissa Borges

Seguindo o exemplo da edição anterior o número de apresentações aumentou. A 3ª Mostra Dulcina contou com nove espetáculos. De acordo com a ordem de apresentação, Túllio Guimarães adaptou e dirigiu "Marat Sade - Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat"; Cláudia Santoro dirigiu "Ruído", livre adaptação de "Primeiro Amor, de Beckett; Graça Veloso dirigiu "Aleluia Palmital", que mostrava fatos e consequências do golpe de 64; Bárbara Tavares dirigiu "Refletindo-se", baseado nas obras "Bonitinha, mas ordinária" e "Os Sete Gatinhos", de Nelson Rodrigues. Alessandro Brandão ficou responsável por "A Santa, a Puta, a Porca ou Inspiração Nordestina", baseado na obra de Ariano Suassuna.


"A Mostra não é uma 'amostra' medicinal ou farmacológica. É um exercício de linguagem de pessoas que recriam novas pessoas, para outras que as vêem, escutam e, com elas, passam a pensar pelo olhar, pelo ouvir e por se emocionar. Não é fácil nos dias de hoje, em que o virtual é cada vez menos humano, chamá-los - senhores e senhores espectadores e espectadoras - ao espaço do Dulcina e do Conchita para assistirem a um espetáculo (ato de espera), num ritual de inteligência imaginária. Palmas para as almas que irão nascer atrás da cortina, no Paraíso do Palco!" - B. DE PAIVA

Blasted: Não Identificado/ O Pequeno Circo Mínimo: Dalton Camargos/ Revolução das Mulheres: Reinaldo Ferrigno/ Casa Sem Número: Não Identificado

Seguindo as apresentações de 2006, temos "Blasted", encenado por Ignácio Amaral e orientado por Graça Veloso;"O Pequeno Circo Mínimo", baseado em histórias de Augusta Faro e dirigido por Adriano e Fernando Guimarães; "Revolução das Mulheres", peça dirigida por Adriana Lodi e inspirada na obra homônima de Aristófanes; "Casa sem Número", baseada na obra de Pedro Bloch e com direção de José Milton de Oliveira


IV MOSTRA DULCINA


Já a quarta edição da Mostra, realizada no primeiro semestre de 2007 teve uma quantidade menor de espetáculos. Por carecermos de comprovantes impressos dessa edição específica, não citaremos a equipe produtora. Mencionaremos três espetáculos apresentados na ocasião que estão catalogados no livro Metamorfoses da Cena - Inventário Cênico da Mostra Dulcina.

A comédia dos Erros: Dalton Camargos/ Alice em Brasillis: Clarissa Borges/ Bodas de Sangue: Reinaldo Ferrigno

Foram apresentados os espetáculos "Alice em Brasillis Brasil e o País das Maravilhas", dirigido por Bárbara Tavares; "Bodas de Sangue", com direção de Adriana Lodi e "A Comédia dos Erros", com direção de Adriano e Fernando Guimarães. O espetáculo "Bodas de Sangue" marca um encontro teatral relevante em Brasília... o dos atores Alana Ferrigno, Luciana Amaral, Tiago Nery e Carlos Valença, que anos depois formaram a Estupenda Trupe na capital. O Espetáculo "A Comédia dos Erros", dos Guimarães, ganhou nova versão em 2010 e foi apresentado no Festival Cena Contemporânea.


"Entrei na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes no 1º Semestre de 2005, semestre em que a Mostra Dulcina foi criada. Naquele semestre, criamos uma peça em homenagem à Dulcina - Relicário - espetáculo onde pude conhecer a mulher que dava nove à instituição e que, desde então, se tornou meu norte de garra e profissionalismo.Na faculdade, todo semestre tínhamos que encarar um novo autor, uma nova estética, o corre-corre de uma nova produção, cenário, figurinos. Participar de um evento como esse, orientado por um professor que está no mercado de trabalho, deixa claro o ritmo de produção profissional." - TIAGO NERY


Na próxima matéria, você poderá relembrar as edições de nº 5 e 6 da Mostra Dulcina (2007), período que marca um retorno ascendente do público aos Teatro Dulcina e Conchita, mostrando o início de uma era badalada a cada final de semestre.


*As entrevistas, comentários e fotos presentes nesta série de reportagens tiveram como base as 112 páginas do livro "Metamorfoses da Cena - inventário Cênico da Mostra Dulcina e Festival Dulcina de Cenas Curtas", 2010, o Catálogo Especial "Seminário 100 anos de Dulcina de Moraes" (2008) e a ferramenta "Fale Conosco" do Portal Conteúdo. As opiniões expressas nos artigos usados na matéria, tanto como reprodução integral, quanto em trechos parafraseados, são de responsabilidade exclusiva de seus autores.


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