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MOSTRA DE TEATRO EVENTOS CULTURAIS - TEATRARIAS TEM PEÇAS DE GRAÇA

Como marca de sua resistência, em 2022, o Teatro Stúdio Heleny Guariba comemora 25 anos de chegada na Praça Franklin Roosevelt. Todos os espetáculos também serão transmitidos ao vivo pelo Facebook do Teatro Stúdio Heleny Guariba.

Foto: Carlene Cavalcante

Idealizado como um ponto de encontro entre gerações e gêneros teatrais, o projeto Eventos Culturais – Teatrarias, criado pela atriz Dulce Muniz, ocupa o Teatro Stúdio Heleny Guariba (Praça Roosevelt, 184, Consolação, São Paulo, SP) até o dia 28 de março. Além de ser a idealizadora da mostra, Dulce também assina curadoria ao lado do ator Leandro Lago e da atriz Flávia Arantes.

Para a mostra, foram convidados artistas e pensadores de diferentes trajetórias que vão apresentar suas obras e propor junto ao público rodas de conversa para falar sobre os problemas discutidos em cada trabalho. “Pensamos que com Eventos Culturais - Teatrarias estaremos de uma forma modesta, porém sincera, colaborando para que a vida e as relações entre as pessoas possam ser menos difíceis e sofridas”, diz Dulce. Os palestrantes são Valdemar Angerami, Maria Silvia Betti, Agenor Bevilacqua, Daniele Resera, Rosimeire de Almeida, Marco Ribeiro, Rogério Tarifa e Sandro Borelli.

Para o Teatrarias, foram escolhidos oito espetáculos cujas temáticas objetivam valorizar as diferenças e promover a compreensão e a convivência entre todos e todas que vivem neste mundo, numa hora em que a intolerância, a perseguição e a xenofobia voltam a nos amedrontar e agredir, além, é claro, do impacto causado pela covid-19 em todo o mundo.

No encerramento (dia 28 de março, segunda-feira) haverá, após a apresentação, uma homenagem a vários profissionais reverenciados em suas áreas de atuação, dotados de notório saber e inegáveis méritos. São eles: Marcio Aurélio, diretor e professor; Pascoal da Conceição, ator, produtor e diretor de teatro; Doutor José Carlos Dias, advogado, ex-secretário da justiça do Estado de São Paulo e ex-Ministro da Justiça; Luiza Erundina de Souza, Assistente social, deputada federal e primeira prefeita da Cidade de São Paulo, pelo Partido dos Trabalhadores; a atriz, diretora, ícone do Teatro para crianças Ana Maria Amaral e Geralda Maria dos Santos, Chef do bar e restaurante La Barca e apoiadora cultural do Núcleo do 184.

A trajetória de Dulce Muniz

A atriz Dulce Muniz fez do teatro a sua luta. Nascida em São Joaquim da Barra/SP, teve os seus primeiros contatos com a literatura e as artes cênicas pelas experiências escolares e pela observação atenta àqueles que a cercavam, com seus gestos e manias.

Viveu o Golpe de 1964 ainda no interior, mas veio para São Paulo no ano de 1968 para estudar - ainda mais - sobre teatro e participar da oposição aos militares pela arte e militância: “É isso que me levou ao teatro: lutar contra a ditadura”, afirma Dulce. Quando chegou na capital de São Paulo, participou do curso de interpretação do Teatro de Arena e foi aluna de Heleny Guariba, desaparecida até hoje após ser presa pela ditadura em 1971. Junto do grupo formado no Arena, apresentou a peça Teatro-Jornal 1ª Edição, com direção de Augusto Boal. Após passar por outros palcos e trabalhar também na televisão, Dulce inaugurou o Teatro Studio 184 no ano de 1997.

Sobre o Teatro Studio Heleny Guariba

O atual Teatro Studio Heleny Guariba foi assumido por Dulce Muniz em 1997. Antes, ele havia abrigado a Sala Sérgio Cardoso do lendário Cine Bijou, o Cineclube Oscarito e o Teatro de Câmara de São Paulo. Em março de 2013, a sede passou a se chamar Teatro Studio Heleny Guariba em homenagem à professora e diretora teatral Heleny Guariba, desaparecida em 1971 e assassinada barbaramente pela Ditadura Militar.

A mudança de nome do teatro ocorreu em um momento de retomada da história de Heleny e de tantos outros militantes vitimados pela ditadura militar. Dulce Muniz foi uma das companheiras de Heleny Guariba a dar seu testemunho para a Comissão Estadual da Verdade. Em 2014, o espaço recebeu o título de Patrimônio Imaterial pelo Condephaat - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico.

PROGRAME-SE

AMOR de Clarice Lispector – Imagens do Patriarcado | Cia Mal Amadas – Poéticas do Desmonte

Dia 22 de março, terça-feira, 20h

60 minutos | Classificação indicativa: 12 anos

Sinopse: Baseado no conto AMOR, de Clarice Lispector, que compõe o livro Laços de Família, a peça aborda a vida de mulheres condicionadas a cumprir um destino traçado, um projeto de vida onde o casamento, filhos, família, a dedicação incondicional, o silêncio, o medo, a angústia, a ausência de sonhos, decepções, traições, permanecem num quadro afixado na galeria de opressões, próprio das famílias patriarcais. Nesta montagem, uma poética épica-performativa convida a plateia ao despassivamento, a um diálogo aberto sobre as relações de gênero.

Roteiro, interpretação e direção: Marta Baião | Elenco: Marta Baião, Neusa Brito, Cristina de Cássia e Daise Neves

Comentarista: Daniele Resera, professora e historiadora

Pagu, Anjo incorruptível | Lilian de Lima

Dia 24 de março, quinta-feira, 20h

80 minutos | Classificação indicativa: 12 anos

Sinopse: O espetáculo musical Pagu, Anjo Incorruptível traz temas urgentes, sobrepondo elementos de teatro documental e camadas narrativas ficcionais. A trama dramatúrgica parte de fragmentos sobre a vida e obra de Patrícia Galvão e é permeada pela realidade de uma moradora da periferia de São Paulo, uma mãe solo, uma mulher como tantas outras. Uma Patrícia dos dias de hoje que atravessa a cidade todos os dias para trabalhar. A peça cruza realidades no tempo e no espaço, traz fatos biográficos, canções, depoimentos e notícias atuais de jornal para tentar enxergar através dos olhos moles de Pagu e refletir sobre o que é ser mulher hoje, sobre feminino e feminismo. São 100 anos que separam essas duas Patrícias e que nos separam da Semana de Arte Moderna de 1922. E nesse vão de um século, surge uma pergunta: O que de fato mudou?

Texto/Direção/Atuação: Lilian de Lima Direção Musical/Violão: Paulinho Brandão Criação/Operação de Luz: Laiza Menegassi Comentarista: Rosimeire de Almeida, socióloga

Antônio | Leandro Lago

Dia 25 de março, sexta-feira, 20h

60 minutos | Classificação indicativa: 12 anos

Sinopse: Vida e Obra do pensador italiano, Antonio Gramsci (1891-1937), que viveu 46 anos, e parte desses, 11 anos na prisão do terrível regime fascista de Benito Mussolini, neste período ele desenvolve suas ideias registradas em cartas depois intitulados "Cadernos do Cárcere" nos quais aborda temas diversos: família, os filhos Délio, Giuliano, a mulher Julia Schutz, os costumes, a educação italiana, os conselhos de fábrica, "os intelectuais e a organização da cultura" temas que permanecem vivos, pungentes e são fontes inspiradores até hoje na sociedade contemporânea.

Atuação: Leandro Lago Dramaturgia: Dulce Muniz, Leandro Lago Ambientação Cênica: Leandro Lago e Dulce Muniz Figurinos: Núcleo do 184 Trilha Sonora: Beto Kpta, Núcleo do 184 Preparação Corporal: Silvia Leblon Pesquisa Iconográfica: Fernanda Arantes, Lucas Goulart Produção Executiva: Flávia Arantes Operador de Som: Cristina de Cássia

Direção Geral: Dulce Muniz

Comentarista: Marco Ribeiro, Diretor e Produtor de TV

Abysmo (Experimento 1.0) | Alessandra Queirós

Dia 26 de março, sábado, 20h

60 minutos | Classificação indicativa: 12 anos

Sinopse: Abysmo (Experimento 1.0) é um solo teatral sobre a experiência de falar e contar alguma coisa. A peça é um diálogo com textos que trazem a reflexão sobre contar, prever e conversar do ponto de vista da experiência compartilhada e coletiva. E como historicamente o aparecimento da imprensa, rádio, internet tem se relacionado com o desaparecimento gradual da experiência de contar. E, principalmente, sobre a substituição da narrativa e do contar pela forma de comunicação predominante hoje: a informação. A experiência de contar sobre a cidade, a cultura, o trabalho e a técnica, tendo como ponto de partida textos de Agnes Heller, Lícofron, Silvia Federici e Walter Benjamin.

Elenco: Alessandra Queiroz Direção: Thiago Reis Vasconcelos Roteiro/Dramaturgia: Alessandra Queiroz e Thiago Reis Vasconcelos Cenário: Flávia Ulhôa e Thiago Reis Vasconcelos Figurino: Ruth Melchior Desenho de Luz e Iluminação: Renata Adrianna

Sonoplastia: Gabriela Jeniffer Produção: Flávia Ulhôa e Companhia Antropofágica

Comentarista: Rogério Tarifa, ator, diretor e autor.

Na Carne | Rosana Ribeiro

Dia 28 de março, segunda-feira, 20h

Duração: 60 minutos | Classificação indicativa: 12 anos

Sinopse: Uma essência de Feminino que, na ânsia de construir/reconhecer seus corpos, desce a virulências dos desejos, a desmedidas dos atos e a violências dos fatos. Nesse lugar, onde os mais belos instintos devoram e são devorados, ainda pulsa a busca pela consciência. Esse Feminino carrega, quase sem controle, aspectos de sua presença e ancestralidade que impulsionam suas ações e o levam para ciclos de forças. Atravessa, com toda sua contradição e fragilidade, os mistérios de reconhecer em si mesmo a história humana, as forças da natureza terrestre e cósmica. "Entre a essência e a decadência, há alguém em mim que olha à espera de novos passos..."

Direção: Marco Xavier Criação e atuação: Rosana Ribeiro Trilha sonora e preparação corporal: Marco Xavier Concepção de luz e projeções: Rosana Ribeiro

Comentarista: Sandro Borelli, bailarino, diretor e coreógrafo

Eventos Culturais - Teatrarias

Local: Teatro Stúdio Heleny Guariba. Endereço: Praça Roosevelt, 184

Capacidade: 35 pessoas (50% da capacidade total)

Entrada: Franca. Basta retirar na bilheteria chegando no local

Todos os espetáculos também serão transmitidos ao vivo pelo Facebook do Teatro Stúdio Heleny Guariba: https://www.facebook.com/nucleodo184

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