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MASCULINIDADES E PROCESSOS - CONHEÇA O TRABALHO DE HELDER AMORIM

Helder Amorim é artista visual, pesquisador e professor. Nesse período de isolamento social, tem exercitado o processo criativo na produção de desenhos que destacam a masculinidade e que se destacam nas redes.


No campo artístico, há quem crie diversas estratégias para se mostrar ativo no período de isolamento social e há quem crie arte naturalmente através da própria rotina, do próprio consumo e do próprio feeling do dia-a-dia.


Helder Amorim é um desses artistas que criam em meio ao cotidiano do lar. Ele se autodenomina consumidor de imagens. Faz sentido... As imagens que produz e reproduz têm como referencial poético o corpo masculino, seja de modelos voluntários ou de si mesmo. Talvez seja essa a diferença positiva em seu trabalho, pois quando fala da masculinidade através das obras, fala dele como homem em exercício de quarentena, dele como homem nos pequenos recortes cotidianos em seu apartamento. A identificação do público é imediata. É uma desconstrução da figura masculina seguida de uma nova construção imediata dela. Isso porque homens se enxergam, se identificam e se encantam pelos processos de construção dos desenhos e gravuras produzidos por ele.


O artista costuma dizer que sua poética transita por outras linguagens antes de se concretizar na gravura. Ele geralmente começa pelas fotografias, em seguida executa os desenhos nas matrizes e só depois explora as ferramentas de gravação.


"A linguagem artística que rege a minha produção visual é a Gravura. Pesquiso Gravura desde a graduação. Não me limito apenas a uma das técnicas. Penso, pesquiso e discuto como os meus garotos (é assim que os chamo; mesmo sem restringi-los à idade cronológica) são ou seriam retratados em xilogravuras, carimbos, serigrafias, gravuras em metal, linóleos, monotipias..., sempre respeitando as possibilidades plásticas que cada material me proporciona."

Licenciado em Artes Visuais, mestre e doutorando em Arte e Cultura Visual pela Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás, Helder já atuou como professor substituto das disciplinas de Gravura da instituição (nos cursos de Design Gráfico e Artes Visuais - tanto na licenciatura, quanto no bacharelado). É também professor de Arte e Sistema Braile em um centro de ensino especial pela Secretaria Estadual de Educação de Goiás desde janeiro de 2003.


No último ano, com o Coletivo Ateliê Livre de Gravura da Faculdade de Artes Visuais da UFG, esteve entre os 140 artistas selecionados para a La Fête de l’estampe à Bordeaux metrópole (Festival de Gravura de Bordeaux), realizado na França. Participou também da mostra Transmutación de la Verdad/Transmutações da Verdade, paralelamente entre o Centro Cultural Brasil-Peru, em Lima, e o Museu Olho Latino em Atibaia, São Paulo. Por sua produção e pesquisa sobre o masculino, foi um dos 16 artistas selecionados para a mostra coletiva Atentxs e Fortes em Brasília, realizada na Casa de Cultura da América Latina, num dos eventos do cronograma do 16º Seminário LGBTI+ do Congresso Nacional, uma edição que comemorava os 50 anos da Revolta de Stonewall.

As séries que relevam masculinidades vão de autorretratos à colaboração de homens de todo o país, como Arthur Scovino (Dir./Abaixo)

Agora, lá se vão quase quatro meses de quarentena. Obviamente, o ritmo de produção ao qual está acostumado mudou. Por falta de acesso à estrutura física do ateliê da universidade, com todas as suas prensas gráficas, emulsões e bancadas espaçosas, Helder tem se empenhado nos estudos de desenho em casa. Em março, iniciou uma série de esboços com grafite e marcadores sobre papéis de celulose e de algodão. Não por acaso permaneceu com a temática do masculino, mesmo porque essas são as imagens que ele continua consumindo em zines, livros, sites, filmes, chamadas de vídeo, etc. São imagens e meios de fruição que o possibilitam investigar a expressão de suas linhas, texturas e formas diferentes.


"Grande parte da minha pesquisa é escrita em primeira pessoa, amparada por discussões sobre autobiografia. As imagens que produzo ao longo da minha pesquisa e, inclusive nesse período de pandemia, revelam o meu espaço autobiográfico, refletem o meu corpo e os corpos das minhas relações. Imagens que são construídas a partir de uma constante reconfiguração da minha identidade: minha experiência estética aliada à minha experiência subjetiva."


Processo criativo, masculinidades e poesias cotidianas. Se você se interessa pelo tema e quer conhecer a produção de Helder Amorim, acesse o perfil de trabalho dele no Instagram: @helder_amorim.

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