top of page

"FELICIDADE" - UMA NOVELA QUE DEIXOU SAUDADE

O Portal Conteúdo resgata uma das matérias mais acessadas do site "Tele Dossiê" sobre a novela "Felicidade", história leve e inesquecível de Manoela Carlos exibida há 34 anos

*Existem novelas que terminam às pressas, onde todas as tramas, inexplicavelmente, se organizam no último capítulo, em que resoluções e casais se juntam não por afinidade, mas porque a história precisa chegar ao fim. Com “Felicidade” (Manoel Carlos, 1991) foi diferente: A novela começou a terminar no último mês.


“Felicidade” começou com calma e terminou com calma. Conhecemos os habitantes da fictícia Vila Feliz, em Minas Gerais, com “causos”, histórias e lendas de cidade pequena. Em contraponto a este núcleo, conhecemos um Rio de Janeiro elegante da alta sociedade.


Na bucólica Vila Feliz tinha gente que sonhava em ir para a cidade grande e no acelerado Rio de Janeiro tinha gente engravatada que buscava liberdade. Até que a trama começasse de verdade, o autor foi apresentando com calma as personagens dessa novela que se tornou importante justamente por ser simples.

No Rio de Janeiro havia a moça do subúrbio que queria se tornar famosa através do samba, a sua irmã que sonhava em ser cantora, aqueles vizinhos que parecem até com os vizinhos da gente e parentes distantes que tomam cerveja na esquina com os amigos. O nome desse lugar? Vila Duília!


Na outra parte desse Rio havia duas famílias importantes que tentavam casar seus herdeiros: Ele, um moço trabalhador e dono de uma grande fortuna, e ela, a prometida, que projetou num romance toda a sua vida, se tornando uma noiva possessiva.


Lá em Vila Feliz tinha aquela dona da pousada que era mal falada por algumas pessoas, a parteira, que já foi prostituta, e que cuidava do coveiro do cemitério, um homem feio, mas ao mesmo tempo cativante e bondoso. Nessa Vila Feliz tinha uma igreja onde aconteciam quermesses, um jornalzinho que circulava na cidade, um jornalista apaixonado pela ex- miss, que era filha de um casal respeitado. Na casa desse casal, tinha uma moça que ajudava nos afazeres domésticos (como em muitas famílias na época, não é?!). A cidade, que era pacata, ficou agitada com a visita de um certo moço carioca que, de acordo com algumas histórias, foi o último a ver um garoto vivo. Quem é esse garoto pouca gente sabe, só se sabe que ele sumiu, ou, de acordo com o moço carioca, fugiu na ventania.


A ex-miss e o moço carioca se conheceram em meio a uma confusão da cidade e se apaixonaram. Muitos capítulos se passaram sem pressa e com poesia. A ex-miss Helena (Maitê Proença) e o moço carioca Álvaro (Tony Ramos) não conseguiram levar o romance pra frente por causa das investidas de Débora (Viviane Pasmanter), a noiva prometida cheia de ódio e possessão. Helena se casou com Mário (Herson Capri), mas o casamento nem foi pra frente. Não se tornaram inimigos, muito pelo contrário, tinham uma relação afetuosa. Ela foi morar no Rio de Janeiro, teve uma filha com Álvaro, mas resolveu cuidar da criança sem revelar à Bia (Tatyane Goulart) quem era seu pai. Álvaro e Débora se casaram e também tiveram um filho, Alvinho (Eduardo Albuquerque). As duas crianças se conheceram, se tornaram amigas e, a partir daí, muita história começou a rolar…


Pronto! Uma novela estava no ponto de ser contada! Obras do universo de Anibal Machado foram colocadas como um tempero poético dessa novela de Manoel Carlos, com direção de Denise Saraceni: “A morte da porta-estandarte”, “Tati, a garota”, “O Piano” e “A viagem aos seios de Duília”.


Na novela, como numa metalinguagem, também havia um escritor e poeta chamado Zé Diogo (Marcos Winter). Em sua máquina de escrever essas mesmas histórias foram contadas para que, talvez um dia, fossem publicadas num livro.


As fases da novela são perceptíveis nas mudanças de visual de Débora - Viviane Pasmanter
As fases da novela são perceptíveis nas mudanças de visual de Débora - Viviane Pasmanter

Dividida em duas fases (antes e depois do capítulo 80 - o que seria impossível de se fazer atualmente), “Felicidade” foi uma novela das seis que soube segurar a mão do telespectador e conduzi-lo para dentro da trama. A identificação com as personagens aconteceu de maneira imediata e natural. Todas elas se pareciam com alguém que você certamente conheceu ou ouviu falar. Quem nunca teve uma amizade bonita de infância, ouviu a história de uma pessoa que morreu apoteoticamente, daquela conhecida ciumenta e ameaçadora, daquele vizinho que tinha umas manias estranhas e de algum artista da quadra, rua ou bairro? A novela era assim… um típico folhetim que vencia pela simplicidade. Eu, particularmente, me encantei bastante com o núcleo das crianças, mas tenho a impressão de que vi três novelas diferentes e que, somente entre 2012/2013, a entendi melhor…


1ª – A “Felicidade” de 1991/1992.

Na minha lembrança de infância, sei de uma novela bonitinha, que tinha duas crianças muito amigas e que as mães dessas crianças não as deixavam brincar juntas. Lembro de um homem feio e meio deformado que era muito querido por todos, de um arco-íris que entrava na tela toda vez que ia acabar o capítulo, de um louco que se jogou no mar com o piano e das capas dos discos, que eu achava lindas, embora não concordasse que a malvada da Débora estivesse na do álbum “Nacional”.


2ª – A “Felicidade” que foi reapresentada no “Vale a pena ver de novo” em 1998 era uma chance de rever e entender uma novela que gostei na infância, mas cortaram tanto que a lembrança que tenho é de uma novela chata, que se passava em escritórios e que as cenas das crianças eram poucas diante de todas as outras. Como muitos sabem, a reprise da novela foi uma das mais reduzidas no “Vale a pena”. Dos 203 capítulos originais, somente 55 foram exibidos. Era tão confuso que terminou a novela e eu fiquei com uma sensação de que a lembrança que tinha dela era bem melhor do que aquilo que passou à tarde.


3ª – A “Felicidade” exibida de novo e na íntegra pelo Canal Viva foi a mais bela de todas! É como se fosse uma outra chance de ver a novela e compreendê-la melhor. Como é belíssima, bem colocada, bem editada e concluída. O que não vi de poesia em 1998 pude ver nessa exibição do Viva, claro, com a mentalidade e fruição de um adulto que voltou à infância a cada cena que não foi reprisada à tarde no “Vale a pena”, mas que estava guardadinha no meu Hd interno. Tudo foi muito bonito: Ver e rever as crianças Bia, Bel (Aline Meneses) e Alvinho numa TV de LED, poder acompanhar as “Cenas do próximo capítulo” e comentar sobre a novela com colegas de trabalho da televisão. Desta vez pude saborear cada bloco dividido entre o “estamos apresentando” e o “voltamos a apresentar”.

A novela começou a terminar quando Débora, num momento de desespero para salvar o filho de uma doença grave, pediu perdão e ajuda à Helena, acreditando ser vítima de um castigo de Deus por ter maltratado Bia, filha de seu marido com a protagonista, durante toda a trama. Juntas as duas rezam em prol da criança que apresentou melhoras em seguida. Enquanto todos pensavam que está tudo em paz e que Débora havia se arrependido de suas maldades, aconteceu a reviravolta! A vilã sequestrou Bia e colocou de novo as asinhas de fora. Enquanto isso, no subúrbio, Tuquinha Batista (Maria Ceiça), a porta-bandeira da vila, convidou toda a comunidade para seu primeiro ensaio carregando o estandarte da escola de samba. O ex-namorado de Tuquinha, o ciumento Tide (Mauricio Gonçalves), num acesso de loucura, atacou a moça a facadas no meio do salão. Numa cena comovente, Tuquinha cai no chão e morre. Sua irmã. Betsy (Katia Drummond), que sonhava em ser cantora, a homenageia, então, num grande e emocionante show. A Vila Duília, que viu sua ilustre moradora morrer, pouco a pouco voltou ao normal. É a vida que segue…


Ametista (Ariclê Perez), mãe de Helena, depois de sofrer na cidade grande, revive seus sonhos adolescentes de bailarina clássica assistindo ao Balé do Teatro Municipal. Ali mesmo, na plateia do teatro, a matriarca morre de emoção enquanto uma lágrima escorre em seu rosto. Mas, calma, não são apenas coisas tristes que acontecem nos capítulos finais. Ataxerxes (Umberto Magnani), pai de Helena, o sonhador eterno que passou parte da novela esperando uma carta de um amigo senador, recebeu a tão aguardada visita do ilustre homem (percebam… em coisas simples se resume a felicidade alheia). Álvaro e Helena finalmente se entendem e a heroína decidiu revelar para a filha quem é seu pai. Bia, que é a melhor amiga de Alvinho, nem imaginava que ele é seu irmão. Nós telespectadores, sempre soubemos e talvez por isso o final se tornou mais emocionante. Numa cena simples, sem efeitos especiais, seguindo a cronologia natural de um reencontro, Helena pede para Bia descer até a praça porque lá estaria seu pai. A menina corre pelas escadas, atravessa a rua e lá na Praça do Bairro Peixoto vê todas as personagens masculinas passeando, deixando a descoberta mais excitante. Seria Mário, Chico Treva, Bruno, Zé Diogo? Ao ver Álvaro, Bia (e todos nós, milhões de espectadores) suspiramos e vimos uma das mais lindas (e simples) cenas da teledramaturgia brasileira.


Débora, a vilã, sofreu um grave acidente de carro e perdeu o movimento das pernas. A mãe de Alvinho sai da trama numa viagem para fora do país em busca de tratamento. Antes de ir embora, sua amiga, a interesseira Sheila (Cristina Prochaska) até tentou visitá-la, mas foi impedida e ignorada pela família da moça. Sheila é como aquela vizinha chata e fofoqueira que todo mundo tem… Daquelas que somem e a gente comenta numa roda de conversa, perguntando o rumo que deve ter tido na vida. Cândida (Laura Cardoso), a avó das crianças, que já havia incluído Bia em seu testamento mesmo sem saber que era sua neta legítima, recebeu a menina em outra emocionante cena. Chico Treva (Edney Giovenazzi), o coveiro feio e amigo, num dos melhores papeis do ator, volta à Vila Feliz e vive com Mário e sua nova esposa, Paula, a antiga professora das crianças no Rio. Todos felizes em Vila Feliz, onde tudo começou.


A metáfora do menino que voava, que buscava liberdade é parcialmente explicada quando Álvaro, Bia, Alvinho e Helena viajam para o vilarejo de Pouso Triste, numa cena cheia de realismo fantástico, onde as crianças também voam ao vento… Voltando à realidade do Rio de Janeiro, Helena engravida de Álvaro e todos juntos vão ao lançamento do livro de Zé Diogo: FELICIDADE!


Direção equilibrada, uma equipe talentosa, paletas de cores de cenário e figurinos bem pensadas e um texto sucinto, que mesmo com 203 capítulos não se tornou arrastado como muitas novelas de apenas 178. As divisões de núcleo em “Felicidade” não foram tão exageradas como em outras novelas de Manoel Carlos, que, muitas, vezes, pecaram pelo excesso de personagens. No hall das oito Helenas, Maitê Proença conseguiu dar à sua a característica da mais mentirosa, da mais nervosa e descontrolada de todas… e nós a reprovamos, depois aprovamos e adoramos!

Eduardo Caldas, Tatyane GOulart e Aline Menezes em Felicidade
Eduardo Caldas, Tatyane GOulart e Aline Menezes em Felicidade

**Sabe a Bel, a Bia e o Alvinho? Pois é… Conversei com os três em 2013 e consegui uma feliz entrevista para uma matéria do extinto Tele Dossiê. Nesta entrevista, que mais pareceu um bate papo casual de crianças que cresceram e se reencontraram anos depois, colhi algumas impressões que eles têm sobre “Felicidade”… impressões essas que não são muito diferentes das que nós, telespectadores, tivemos e temos. Preparados? Antes de começar a ler, dê o play no vídeo abaixo:


Deu play? Então voltemos à leitura…


Tatyane Goulart é aquela atriz que mais parece uma amiga de infância do que uma figura da televisão. Estreou em “Felicidade” e não parou mais. Fez “Perigosas Peruas” (Carlos Lombardi, 1992), “O Mapa da Mina” (Cassiano Gabus Mendes, 1993), “Quatro por quatro” e “Uga uga” (Carlos Lombardi, 1994 e 2000, respectivamente), entre outras. Atualmente está no elenco de “Pecado Mortal”, próxima novela da TV Record que também será escrita por Carlos Lombardi. Em entrevista ao Tele Dossiê, Tatyane revelou que também é espectadora de suas novelas e que fica contente em saber o sucesso das reprises do Canal Viva. De acordo com ela, o público está carente de boas histórias e citou “Avenida Brasil” (João Emanuel Carneiro, 2012) como uma obra que resgatou o telespectador cansado do formato previsível das novelas brasileiras. Para ela, “Felicidade” é despretensiosa e envolvente com suas histórias paralelas e absolutamente possíveis… “uma novela doce e leve como não se faz mais”. Ainda sobre a reprise, diz:


“Hoje estou curtindo e me emocionando mais com a reprise de ‘Felicidade’ e até mesmo ‘Quatro por quatro’, que também foi reprisada no Viva, do que quando elas foram reprisadas no ‘Vale a pena ver de Novo’. Existe um saudosismo e um distanciamento maior que a maturidade me trouxe”.


Ao ser perguntada sobre a abordagem do público anos depois da novela ter sua estreia na Globo, ela comenta que “a atriz Tatyane Goulart dava vida à personagens enquanto a Taty, espectadora, também seguia a moda das novelas”. Ao final da entrevista, revelou que Bia também fez parte de sua infância, junto com os amigos Bel e Alvinho, e brinca:


“O único detalhe é que a Bia é a minha cara. (Rs)”.


Eduardo Caldas, na época da entrevista ao Tele Dossiê, assinava como Eduardo Albuquerque, é roteirista, diretor e estava em vias de lançamento de seu álbum de rap (Pio XI), sob o pseudônimo Reverendo. Eduardo foi considerado o maior ator mirim de sua geração entre 1991 e 2000 pelo jornal O Globo. Também pudera… Participou de tramas como “De corpo e alma” (Glória Perez, 1992), “Sonho Meu” (Marcílio Moraes), “Pátria Minha” (Gilberto Braga, 1994), “Quatro por quatro”, “Vira Lata” (Carlos Lombardi, 1996), “Era uma vez” (Walter Negrão), entre outras. Atualmente, está com um novo projeto chamado "Atormentado", onde conversa com outros ex-atores mirins . Você pode ler mais sobre o projeto clicando aqui.


Eduardo lembra que a internet não era usada por telespectadores que promovem a novela através de seus comentários via web e ressalta que “o mundo era muito menos conectado em 1991 do que hoje”, alegando que “esta sensação de que é mais comentada agora pode ser apenas uma percepção”, já que os meios de os meios de produção e reprodução estão bem mais acessíveis. Muitas pessoas indagam e até cobram de atores que fizeram sucesso no passado, que estejam sempre na mídia. Ele se diverte ao dizer que é recorrente encontrar alguém na rua que jura que estudado com ele ou que pensa que é conhecido de algum amigo de infância e acredita que, “já que infância geralmente é lembrada como algo doce, isso é mais legal ainda”.


"Aquilo tudo que fizemos em ‘Felicidade’ tocou muitas pessoas. E quando se é (ou se pretende ser) artista, o que mais se pode querer? Missão cumprida!”, finaliza.


Outra personagem mirim da novela era Bel, interpretada pela atriz Aline Menezes. Na trama, Bel era a filha de Claudete (Cristina Ribeiro) e Batista (Milton Gonçalves) e melhor amiga de Bia. O núcleo da atriz mostrava uma família simples… A mãe, uma faxineira e o pai um zelador. Lembro-me de um episódio em que Bel toma banho de mangueira no quintal (quem nunca, não é mesmo?). Esses detalhes é que davam à trama um caráter mais humano e perfeitamente crível. Aline cresceu, continua atuando no teatro e admite que com a reprise da novela, várias portas foram abertas, já que a visibilidade é bem grande. A atriz atribui ao sucesso da novela ao texto e equipe, que contou com um elenco de peso.


“Eu fico muito feliz e emocionada por ter feito parte dessa história que é sucesso até hoje (…). É maravilhoso saber que você contribuiu com a sua arte positivamente na vida das pessoas. Quando comecei a receber as mensagens dos fãs, confesso que fiquei muito surpresa. É forte demais saber que fez parte da infância de alguém e que para eles (o público) rever a novela fez relembrar a melhor fase de sua vida (…). Já me peguei várias vezes chorando na frente do computador com as mensagens que recebo.”, explica.


A música tema do núcleo das crianças também foi um capítulo à parte. É aquela típica canção chiclete das trilhas sonoras de novelas que ficam guardadinhas em nossa lembrança. Para quem não lembra, o hit “Estrela Amiga” era cantado pelo grupo infantil Ping Pong, que surgiu no início dos anos 90. A vocalista e intérprete da música é Thaís Saccomani, filha do produtor musical Arnaldo Saccomani. Ela é responsável pela autoria e produção de muitas músicas presentes nos álbuns de novelas como “Carrossel”, “Pequena Travessa” e “Chiquititas”, além de compor músicas cantadas por Fábio Jr, Ivete Sangalo e Sorriso Maroto. Chegou a cantar a nova versão da musica “Varinha de Condão”, do CD “Carrossel 02” - produzida pelo SBT. Essa e muitas outras, como o hit “Tô te filmando”, sucesso com o Grupo Travessos, é de autoria da artista.


Procurada pelo Tele Dossiê, a cantora falou sobre o sucesso da canção:

“Lembro como se fosse hoje que a musica tocou quase que inteira na novela em um capítulo do dia 24 de dezembro (…). Sentei no sofá e comecei a chorar de emoção. Nenhum presente que eu ganhasse aquela noite seria melhor que me ouvir cantando em uma cena linda da novela. O que me chama muito a atenção é que muitas pessoas lembram da musica até hoje: crianças daquela época, adultos de hoje em dia e, pra mim, ter marcado de alguma forma a vida das pessoas é emocionante.”

A novela está disponível na íntegra pelo Globoplay
A novela está disponível na íntegra pelo Globoplay

*A matéria de Josuel Junior foi publicada originalmente no site Tele Dossiê em 03 de julho de 2013, sob o título "Felicidade: A novela que não terminou no último capítulo", e atualizada pelo autor agora em 2025.


**As entrevistas com Eduardo Albuquerque, Tatyane Goulart, Aline Meneses e Thais Nascimento foram realizadas pelo Tele Dossiê entre os dias 25 de junho e 1ª de julho de 2013.


Comentarios


oie_transparent (1)_edited.png

© 2019 - Conteúdo - Portal de Cultura e Arte de Brasília e do Brasil

 Editado por artistas, jornalistas e colaboradores       I     Web Designer: Caio Almeida

  • Instagram B&W
bottom of page