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ESPETÁCULO TEATRAL MUSICAL PROPÕE REFLEXÃO SOBRE AS MULHERES NA SOCIEDADE - DF

Na figura das pombas giras, Gargalhada da Libertação propõe romper os paradigmas de raça e gênero e dar lugar ao verdadeiro papel dessa entidade em defesa das mulheridades. 

Cléber Araújo | Bara Comunicação
Cléber Araújo | Bara Comunicação

O espetáculo Gargalhada da Libertação chega ao DF em outubro para quebrar preconceitos sobre o sagrado de matriz africana e as mulheridades diversas. A intenção é desmistificar a imagem de pomba gira, ao mesmo tempo em que empodera e fortalece o papel da mulher e denuncia as violências sofridas na sociedade.


Na Umbanda, a pomba gira encarna o sagrado feminino em suas múltiplas facetas. No entanto, a violência simbólica, externalizada em estereótipos, coloca a imagem desta entidade como meramente sexual, evidenciando o impacto do racismo na vivência das mulheres negras, a invisibilidade e a marginalização que enfrentam. Gargalhada da Libertação vem mostrar o real papel das pombas giras desafiando padrões patriarcais, revelando sua capacidade de transformação e evidenciando seu poder e controle de seu destino e luta por direitos. O espetáculo propõe uma reflexão crítica sobre o racismo e a desigualdade de gênero. Gargalhada da Libertação mostra que a entidade desafia os estereótipos e celebra a força, a sabedoria e a ancestralidade das mulheres negras, abrindo caminho para uma sociedade mais justa e igualitária.


A criação… ou parição

O espetáculo, que mescla teatro e música, é uma criação da artista e terapeuta Luana Medeiros. Luana atua com mulheres trabalhando sua autoestima. Nesse dançar e gargalhar, ela resolveu trabalhar sua ancestralidade por meio da arte. “O espetáculo nasceu a partir da vontade de mostrar no corpo, nas falas aquilo que havia sido vivenciado por mim e mulheres nos grupos de estudos criados por mim em 2020”, afirmou. Para ela, essa gargalhada, marca típica das entidades pombas giras, mostram a liberdade almejada e lutada pelas mulheres e a força em romper barreiras de preconceito. “Percebo, mesmo na atualidade, como nós nos podamos, diminuímos, nos castramos diante do prazer de estar viva, da sexualidade que cria vida para além da procriação e do riso que até hoje é condenado, se feito de maneira larga e espontânea”, completou.


A peça conta com 3 atrizes em suas 3 luas de maturação, evidenciando o aprendizado, a criação da vida gerado pelas mulheres, seu papel sagrado, mas também os estigmas sofridos numa sociedade patriarcal que visa a submissão feminina. Por outro lado, mostra a luta pela liberdade, onde a gargalhada é esse grande símbolo de libertação.


O Gargalhada da Libertação busca mostrar esse nascedouro potente da gargalhada das pombas giras que quebram paradigmas, preconceitos e liberta mentes e corpos. Um gargalhar forte, que vem de dentro, do útero, passa por todo o corpo e reverbera pela voz. E pela voz se fala, se canta e se impõe. Libertando-se.


Para Andy do Futuro, atriz que compõe o elenco, a construção do espetáculo traz consciência, reflexões e aprendizados sobre o universo feminino, seus prazeres, lutas e desconfortos. “O processo de construção do  espetáculo Gargalhada da Libertação, está sendo um divisor de águas em minha vida. Pela expansão de conhecimentos e também pela imersão. Como atriz, aprofundar mais nos arquétipos dessas figuras míticas do feminino, nesse paralelo de África/Brasil, está sendo significativo”, afirmou.


Cecy Wenceslau, cantora e atriz, diz que “No momento que estou vivendo me conectei em outra dimensão em tudo que fala no espetáculo, o sagrado, o acolhimento, o terreiro. Fomos tão tolhidas e agora estamos acordando, mesmo que tardiamente. O espetáculo mostra que a mulher pode sim sorrir”.


Gargalhada da Libertação vem sendo gestado desde 2020 com o intuito de compreender Pomba Gira como essa mestra, mãe, amiga que vive, rodopia, encanta e se vira nos trinta para dar conta das demandas da vida. De compreender que o bonito não tem forma, corpo ou cor para existir. Para dar lugar as mulheres negras, cis e trans o papel de importância na construção da sociedade como um todo. Neste ano de 2025, Gargalhada da Libertação está sendo parido de forma coletiva para dar voz e lugar ao mulherismo negro, sua ancestralidade e cultura.


Neste mês de outubro, o espetáculo terá estreia, abrindo com uma Palestra Performance no CEM 1 do Guará, dia 16/10. No dia 23/10, o espetáculo segue para o CEM 2 do Gama. E nos dias 24 e 25/10 será aberto ao público gratuitamente no Espaço Semente, no Gama às 20h.


PROGRAME-SE

Espetáculo Gargalhada da Libertação

Aberto ao público no Espaço Semente-Gama dias 24 e 25/10 às 20h.

Entrada Franca.

Retirada de ingressos pelo sympla no link: https://www.sympla.com.br/evento__3163989


Este projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.

 
 
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