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CECIL THIRÉ - O ATOR QUE PAROU O PAÍS EM 1995

São muitos os trabalho de Cecil Thiré no teatro, no cinema e na televisão. Adalberto Vasconcelos, o misterioso assassino de "A Próxima Vítima", surpreendeu o público no último capítulo da novela exibida há 25 anos.


"O senhor está preso, Sr. Adalberto Vasconcelos." - A fala de Paulo Betty, que interpretava o destemido detetive Olavo, ecoou pelo país às oito da noite no dia 03 de novembro de 1995. Depois de longos oito meses de suspense, o autor Sílvio de Abreu revelou o mistério de uma das novelas mais icônicas da televisão. O assassino do opala preto finalmente mostrava sua versão para explicar os crimes cometidos durante a trama. A cena brilhante trazia Cecil Thiré como protagonista.


A novela "A Próxima Vítima" era um thriller policial em que o público não sabia quem iria morrer, porque iria morrer e quem iria matar. Era um quebra-cabeças denso e com ótimas performances dos atores e da direção. Pelas ruas de São Paulo, um opala preto sempre aparecia quando alguma personagem iria sair da trama. A cada mês, uma morte... e não era qualquer morte! As cenas, repletas de ação e suspense, provocavam o público. Teve atropelamento, tiro à queima-roupa, empurrão na linha do trem e até no poço de um elevador. Bem distante dos crimes estava uma personagem que falava pouco, observava muito e, quando se expressava, carregava um pouco de cinismo. Era Adalberto Vasconcelos, o ex-marido de Carmela (Yoná Magalhães), uma das poderosas Irmãs Ferreto. Ele havia matado Giggio Giangelis (Carlos Eduardo Dolabella) em 1968 e matou também as sete testemunhas que se abstiveram de prestar depoimento sobre essa morte. O serial killer também tirou da novela Ulisses Carvalho (Otávio Augusto - seu cúmplice) e Eliseo Giardini Gianfrancesco Guarnieri - o chantagista que sabia de tudo). Com esse enredo, a novela entrou para o ranking das mais memoráveis da televisão e Cecil ficou marcado por um grande papel.


MUITO ALÉM DE "A PRÓXIMA VÍTIMA"


Na televisão, o filho de Tônia Carreiro foi Alex Kundera, o irmão vilão da novela "Top Model". Ele obrigava suas modelos da confecção Covery a terem um relacionamento público com ele por status e domínio. As icônicas cenas com Suzy Rêgo e Malu Mader ainda estão no imaginário popular. Em "Roda de Fogo", um de seus melhores momentos como outro assassino: o vilão Mário Liberato, que, no final, revela um misto de paixão, inveja e ódio pelo protagonista Renato Vilar (Tarcísio Meira). Em "Pedra sobre Pedra", a veia cômica veio com o dentista e ex-prefeito Kléber Vilares, que fez de tudo para destruir a plantinha onde o fotógrafo Jorge Tadeu urinava todas as noites, rendendo cenas impagáveis.


Além de dirigir peças e filmes, o ator trabalhou em mais de 20 papéis em outras novelas como "O Espigão", "Sol de Verão", "O Salvador da Pátria", "Anjo de Mim", "Zazá" e "Celebridade", "Vidas Opostas e "Poder Paralelo". Atualmente está sendo exibida "Sassaricando", novela de Silvio de Abreu dirigida por Cecil Thiré.


Cecil tinha 77 anos e morreu enquanto dormia em casa nesta sexta-feira, 09 de outubro. Ele sofria do Mal de Parkinson.

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