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COM A PALAVRA, OS COLECIONADORES DE NOVELAS DO BRASIL

Eles gravavam novelas completas em fitas de vídeo, tinham tubos e tubos de DVD's com as tramas favoritas. Com o lançamento do Canal Viva e do serviço streaming, parte de seus acervos perdeu a relevância. O que fazem hoje os noveleiros-raiz do Brasil?


O ano é 2004. No quarto, um videocassete grava mais um capítulo de "Deus nos Acuda", em reprise no Vale a pena ver de novo. Na sala, outro videocassete grava a reprise de "Maria do Bairro", exibida no SBT. Assim que "Deus nos Acuda" termina, outra fita virgem é colocada no vídeo para gravar "Fascinação".

Josuel Junior por Marcelo Ferreira - Correio Braziliense 2011

Parece estranho ler isso hoje, mas quem era colecionador de novela no começo dos anos 2000 tirava isso de letra. Claro... o monopólio da televisão em casa gerava algumas discussões familiares, mas dava-se um jeito. Agora voltemos um pouco... Vamos ao começo dos anos 2000!


Bate-papo do Uol, sala com noveleiros tímidos se apresentando... O site Teledramaturgia, de Nilson Xavier, ainda usava domínio Hpg ou Cjb. Algumas categorias da página estavam incompletas. A própria lista do Vale a pena ver de novo parecia um mistério incógnito e difícil de ser decifrado. Lembro que contribuí com algumas informações das reprises da Globo Brasília. Na época, não havia muitas possibilidades de encontros virtuais entre colecionadores e amantes das novelas. Havia, oficialmente, o cadastro de telespectador da Globo e dos Grupos de Discussão da emissora. Tinha o site Fera Radical, administrado por uma moça chamada Tetê, do Rio de Janeiro. Nesse site, tinha um fórum interno de discussões... E foi nele que muita coisa começou!


Havia também os sites A Gata Comeu 2001 e Eu e Minha Gata, respectivamente, de dois fãs da novela "A Gata Comeu", além do belíssimo site Pedra sobre Pedra, administrado por Mabel Pereira, do Paraná. Parecia um sonho ver algumas dezenas de pessoas com o mesmo gosto pela teledramaturgia. Até que um dia vi que era possível trocar fitas VHS de algumas poucas novelas registradas na íntegra. Com Mabel Pereira consegui 16 fitas de "Pedra sobre Pedra". Demorei quase um ano pra adquirir todas. Enviar pacotes pelos Correios era caro. Com Tetê consegui "Sex Appeal" e aí a brincadeira ganhou forma!


Nessa mesma época tinha um fórum interno, com alguns influenciadores e funcionários do Vídeo Show. Era o TeContei.Cjb.Net. Entrei nele por acaso e percebi que tratava-se de um "local secreto"... Uma espécie de darkroom onde poucos noveleiros podiam conversar sobre bastidores da televisão. O site mudou de nome tempos depois para BandidosDaFalange.com (em alusão à minissérie de 1982). Fiquei pouco tempo nesse, pois fui sumariamente expulso. Como quase ninguém conversava comigo, passei o endereço (que era secreto) pra um amigo querido ler também e termos algo em comum pra falar ao telefone, já que eu usava internet por curto tempo numa lan house. Quando descobriram que eu passei o endereço, me expulsaram sem dó. Sim... Havia tretas na internet já naquela época.


No site, conheci João Costa, que morava em Portugal. Lá só passava coisa antiga, como "O Dono do Mundo", "Escrava Isaura" e "Quatro por Quatro". Conheci também Fernando Shimada, um rapaz que vivia no Japão e que tinha gravado "Tieta". Uma raridade! Foi a primeira vez que liguei pra alguém fora do país. Tive que pagar eu mesmo a ligação de 19 minutos. As fitas do Fernando eram lindíssimas. Eram azuis, meio transparentes, com adesivos personalizados! Quem era fã amava. Conheci nessa época também um rapaz chamado Julio, de Porto Alegre. Muito do que se vê de coisa antiga de novela no Youtube hoje é do acervo dele.


Com o passar do tempo, fui amadurecendo o gosto de colecionar e de estudar telenovela. E vi que haviam muitos outros como eu. Tem o pesquisador, escritor e colunista Fabio Costa, com o Observatório da TV; o Duh Secco, que já escreveu pro Canal Viva e que hoje escreve pro RD1; o próprio Nilson Xavier, que tem um acervo histórico que serve de referência constante para noveleiros, para a própria televisão e para acadêmicos do Brasil; o Mauro Alencar, que é um dos maiores nomes sobre pesquisa em telenovela (e que foi o primeiro que muitos de nós lemos) e os mais novos, que fazem sucesso na internet, como os meninos do Rede Raphas (Raphael Pereira e Rafael D'Ávila); Fábio Garcia e Larissa Martins, que desenvolvem análises bem humoradas e ácidas no canal Ciisas de TV, e Eduardo Nassife, que também é autor de livros e de dramaturgia. Há também novas vertentes de pessoas que influenciam seguidores nas redes sociais, como é o caso de William Paixão, que administra o Instagram @eu_noveleiro e Thiago Cavalcanti, que inventa possíveis capas de discos para as novelas atuais através do perfil @novelaemvinil.


Era uma delícia esse movimento de trocas de novelas. Funcionava assim: Eu tinha as fitas de "Pedra Sobre Pedra" e o André Couto, de Extrema/MG, tinha as fitas de "Quatro por Quatro". Eu fazia uma cópia pra ele e ele fazia uma cópia pra mim. Se eu mandasse 4 fitas, ele me mandava 4 fitas. Gente... Era um trabalhão. Como eu estudava ainda, deixava os videocassetes copiando por toda a madrugada. Acordava com o som do aparelho rebobinando a fita. André é um amigo muito querido até hoje. Há 18 anos a novela nos uniu. Eram horas ao telefone conversando sobre capas de discos, vinhetas e quais novelas tínhamos gravado em casa.


Mas se é pra falar de horas ao telefone, essas, com certeza, gastei mesmo com Fabiano Scancarelli. Nos conhecemos em algum fórum da internet e como trocamos novelas... Brigávamos porque a qualidade de gravação estava ruim ou porque, na conversão de VHS pra DVD, os discos não funcionavam... Meu Deus! Como era bom isso!!! O quarto de Fabiano, que mora em SP, era o sonho de consumo para qualquer rapaz noveleiro. Ele mesmo diagramava as capas de suas fitas, de seus DVD's. Algo só pra ele e que nos matava de vontade de fazer parecido. Era um sonho, um sonho! Tínhamos toda uma estratégia pra conseguir novelas com outros colecionadores. Não queríamos lucrar com nada... Queríamos apenas ter as novelas de nossas vidas nas prateleiras de nossas casas.

Capas Personalizadas por Fabiano Scancarelli

Lembra que eu falei do quarto de Fabiano? Rapaz... É porque vocês não viram o quarto de Robinson Vinicius, um outro querido amigo que fiz por causa da televisão. Robinson é aquele noveleiro raiz. Ama "Despedida de Solteiro" e a música tema de Lúcia Veríssimo e Paulo Gorgulho... Uma música estranha cantada por uma mulher chamada Varda. O quarto dele era cheio de logotipos de novelas que ele mesmo pintava. Passava horas investigando tonalidades pra que as logos ficassem o mais próximo possível das originais. Com Robinson, consegui "A Gata Comeu", "Xica da Silva" e algumas outras. Era uma aventura maravilhosa. Havia um quadro do Vídeo Show de sábado, inclusive, em que especialistas em novelas respondiam perguntas diversas sobre TV. Era o Tele-Trívia, apresentado por Miguel Falabella. Ele foi e ganhou a premiação!

Acervo Pessoal de Robinson Vinicius

Tempos depois, cometi uma loucura. "A Viagem" foi reprisada em 2006 e comecei gravando em fita. Terminei a novela em DVD. Quaaando fui converter a parte gravada em fita, tive uma ideia: E se eu assistisse a novela todinha de novo só pra juntar todos os trechinhos das trilhas instrumentais? E fiz... Foram longos 3 meses para ter a trilha incidental da novela editada (dentro das possibilidades da época). Menino... Coloquei isso no Youtube e teve mais de 1 milhão de acessos. Tive que apagar com medo de excluírem meu antigo canal por causa dos direitos autorais. Mas hoje tem um monte de cópia dessa edição amadora na internet, com aquelas musiquinhas do céu, do inferno... Coisas da juventude


Com o advento do DVD, nos vimos com pilhas e pilhas de tubos de mídia em nossas casas. Nós não calculávamos o preço do DVD no varejo. Sempre pensamos nos blocos com 50 unidades. Com fitas, a mesma coisa. Chegávamos a pedir que não nos dessem presentes em aniversários ou no natal. Se quisessem nos agradar, era só nos darem fitas virgens. Sério! Era uma alegria receber!


Tiveram, claro, outros felizes encontros novelísticos pelo caminho da vida. Em 2012, Jean Cândido Brasileiro e Rafael Tupinambá tocaram o Tele Dossiê, um site que analisava teledramaturgia. Fui colunista com um time de pessoas incríveis, como Celso Machado, William Paixão, Paulo Ricardo Diniz, Vitor Brennand, entre outros...


O tempo passou, esses noveleiros adolescentes se tornaram adultos. Resolvi, então, conversar com eles pra saber um pouco das impressões sobre o serviço streaming. Pense comigo: Nós gastávamos todas as economias comprando VHS's, DVD's, mandando encomenda pelos Correios... Aí em 2010 surge o Canal Viva, com imagem bonita e sem fantasmas de sintonia. Em 2011, boxes originais da Globo com resumo de novelas. Agora, em 2020, os grandes clássicos todos na íntegra no Globoplay. Ao mesmo tempo em que é maravilhoso, é super estranho estranho pensar no trabalho que tivemos anos atrás pra termos nossas novelas preferidas em casa. Conversar com alguns desses guerreiros do videocassete me trouxeram boas recordações. Alguns, infelizmente, não estão mais por aqui. Fui conversar tempo desses com o amigo Fernando Shimada (do Japão) e, ao procurá-lo no Facebook, descobri que havia morrido há mais de 3 anos. A fita dele está até hoje guardadinha aqui em casa.


FABIANO SCANCARELLI

1999 foi um grande passo para os os colecionadores de novela. Nossa enciclopédia ficava restrita às edições antigas da Revista Contigo. Com o início da popularização da Internet, fóruns surgiram timidamente e foi possível fazer novas amizades para trocar material. Foi aí que todo garoto e toda garota que curtia novela passou a ter um item essencial: o videocassete!


"Eu sempre fui apaixonado por por TV e novelas. Minha primeira lembrança nesse sentido é de assistir o Salvador da Pátria com meus pais na sala de casa em 89. Em relação aos meus colegas, eu demorei bastante pra ter meu próprio videocassete. Foi em meados de 97. Meu pai insistia pra eu não usar com frequência. Meses depois, vieram as novas despesas... Ele já estava me levando de carro ao centro de São Paulo pra comprar fitas VHS, caixas azuis da Sony com 10 fitas". Fabiano comenta que os jovens de hoje não entendem os chuviscos em vídeos do Youtube. Quem gravava, lembra o sacrifício que era, às vezes. Qualquer chuva, vento ou acendedor de fogão podia por tudo a perder.


"Essa paixão só cresceu com a ajuda da Internet, foi um ‘abrir horizontes’, não depender mais só da memória de parentes e de revistas pra coletar dados sobre as novelas os artistas, as datas... Quando eu estava já na fase do DVD, tinha convertido grande parte do meu acervo e foi bem mais fácil pra realizar trocas e aumentar ele. Eu acho que cheguei a ter umas 40 novelas completas ou mais até. As roupas já cediam espaço no armário pros demais dvd's e VHS's. Nunca deixei de ser colecionador, mas parei de comprar tanta coisa. Nos últimos meses joguei as últimas quatrocentas VHS's fora."

Acervo Pessoal - Fabiano Scancarelli

Sem fitas, mas com streaming. Será que Fabiano ainda tem disposição pra ver novela?


"Estou contanto os dias pra rever A Próxima Vítima no GloboPlay, em quais horários vou fazer isso ainda não sei... Na hora do almoço, antes de dormir, entre um trabalho e outro, tanto faz! A novela vai estar lá completa, totalmente disponível. É muito bom poder ter feito parte da geração que se virava nos 30 e gravava tudo que podia, isso me trouxe conhecimento, grandes amizades e me encaminhou pra profissão de Radialista (Hoje trabalho principalmente com edição de vídeo)."

ROBINSON VINICIUS

Robinson, que é professor de História em Minas, me lembrou de algo que a mente já havia apagado completamente. As fitas de vídeo virgens vinham com rabiola T-120 ou T-160. Se optássemos por gravar na Velocidade EP (ou SLP) dava umas seis horas. Se gravássemos em SP a qualidade era bem melhor, mas só cabia duas horas.


"Ter as novelas era muito incrível! Colecionar naquela época era totalmente diferente do que é hoje. Era mais emocionante. A gente colecionava porque não existia... A gente lutava pra ter cada uma das novelas raras.. Pouca gente tinha. Um dia, o carteiro chegou em minha casa com três pacotes: Ti-ti-ti, Vale Tudo e Rainha da Sucata. Nesse dia meu coração parou!"


Das pessoas com as quais troquei material, Robinson, sem dúvida, era o mais organizado e exigente.


"A Viagem em gravei em VHS (19 fitas), Força de um Desejo (16 fitas), O Cravo e a Rosa (25 fitas), América (33 fitas)... E ainda tinham os critérios: Os dois primeiros capítulos e dois últimos eu gravava em SP. Quando era uma novela aclamada, badalada, como A Gata Comeu, havia um capricho maior na gravação. E o drama que era gravar um capítulo sabendo que a fita ia acabar em breve, longe do bloco terminar?! Hoje ainda mantenho algumas coisas, mas nem vejo tanto. A vida é muito agitada.".


ANDRE COUTO

Quando falo com Andre, a gente fala tanto que cansa... Aí ficamos semanas sem nada, até que alguma novela repete e começamos a falar de novo! Sempre com o afeto e a brincadeira de sempre. Anos atrás, inclusive, fizemos um tour nas cidades cenográficas de "Saramandaia" e "Salve Jorge", numa das tantas idas aos Estúdios Globo.

Acervo Pessoal - Josuel Junior

"Eu era louco por televisão. Foi com Vamp que a coisa começou. Foi aí que comecei a querer guardar novela. Eu lembro que quando Vamp acabou eu liguei na Globo! Liguei na Globo! Devo ter falado com alguém da portaria... Eu liguei pra perguntar se eles não vendiam a novela porque eu queria comprar! Ahahah Imagina uma criança de 10 anos ligando pra querer comprar uma novela?! Com que dinheiro? Só na minha cabeça mesmo...".


Assim como muitos colecionadores que enfrentaram queda de energia, fantasma na transmissão, liquidificador da mãe ligado na cozinha e regravações em cima de fitas de batizados de parentes, Andre tem muita história pra contar:


"Eu não tinha vídeo e pedi pra minha vizinha gravar o final de A Viagem pra eu ter guardado. Morria de vergonha, mas pedia. Minha mãe me deu um videocassete e passei a gravar muita coisa. Gravava mais o Vale a pena ver de novo. Toda semana tinha que comprar fita. Lembro que era 5 reais cada VHS virgem. Pra limpá-las, eu desmontava elas e tirava a sujeira na mão porque se rebobinasse ela suja, estragava o cabeçote do vídeo. Vim morar no Rio e deixei tudo em Minas. Com o tempo foi estragando, foi mofando. Hoje em dia, como está tudo à disposição na internet, perdeu um pouco o encanto. Tieta eu vi e pensei: Vou baixar... Mas baixar pra que se vai estar ali o tempo todo?".


RODOLFO HOPPE

Além da conversa com esses noveleiros raiz, encontrei no Instagram o último dos moicanos... (rs) Brincadeiras a parte, conheci o moço Rodolfo Hoppe através do perfil @repriseparticular, em que ele divulga seu trabalho de designer com produções belíssimas e requintadas de boxes de DVD's. São lindos, super bem feitos e ele produz pensando em todas as estratégias de um bom publicitário. Tem unboxing no YouTube com os detalhes e, por mais que não consumamos mais DVD's com a mesma urgência, dá muita vontade de ter um exemplar incrível de um de seus boxes na estante de casa.


"Ao terminar de assistir a reprise de Laços de Família pensei... Uau! Eu preciso ter essa novela sempre à mão pra rever quando quiser! Foi aí que comecei a compor meu primeiro projeto de box de DVD, baseado nas edições originais que eu já andava colecionando desde que começaram a lançar. Eu me formei em Design Digital na UFPel, mas durante o curso fiz cadeiras complementares no ramo gráfico e tive boas noções de embalagem. Quem é do ramo sabe que poucas unidades de impressões em gráfica expressa têm um custo bem exorbitante - fator esse que me fez optar por não comercializar o material, além, é claro, do medo de um processo por vender produto pirata. Os demais só existem para compor a estante e compartilhar com meus inscritos no canal no YouTube. O nome do meu projeto é “Reprise Particular”, justamente pelo fato de poder escolher a novela que pretendo maratonar, sem ficar preso a canais e horários.

Rodolfo e suas criações personalizadas - Acervo Pessoal

"As pessoas que acompanham o canal já se acostumaram com a ideia de que não vendo. Muitos pedem pra eu ensinar a criar, mas além de demandar muito tempo a criação de vídeos com tutoriais, a direção de arte é meu 'ganha-pão', estudei 5 anos pra aprimorar tudo o que sei. É impossível transmitir para outras pessoas meu próprio estilo de criar artes, isso vai de cada um – gostos pessoais, referências, técnicas. A Gata Comeu foi o projeto que mais ideias fervilharam na minha cabeça, por isso demorei tanto pra criar. Sempre foi uma das novelas mais pedidas nas sugestões de quem seguia o canal / minha conta no twitter".


Rodolfo faz sucesso entre os saudosistas de plantão e os velhos e novos colecionadores. Aliás, escrever essa matéria me trouxe uma memória de cheirinho de mofo bom de lembrar. Sabe cheiro de fita cassete novinha, a rabiola brilhando dentro da caixa?


Vendo tantos outros amantes de televisão como eu, acho sim que valeu a pena todo o esforço em nossa adolescência. Se muita gente conhece novela hoje em colunas culturais, em trabalhos acadêmicos ou em acervos online, é porque fizemos muito trabalho e muita pesquisa analógica anos atrás. Sabemos das cenas, dos cortes, dos contextos e, pouco a pouco, isso também foi virando parte de nossa formação e profissão. Ou vocês acham que aqueles vídeos de 2004, 2005 e 2006 subiram sozinhos no YouTube?!


Hoje continuo gostando de novelas. Escrevo muito sobre, seja nos meios de comunicação em que sou colunista ou nas minhas palestras, aulas de artes cênicas e de produção cultural. Minhas fitas e DVD's doei... Os tubos de DVD's coloquei em pontos de ônibus de Brasília (aqui alguns contam com biblioteca comunitária. A pessoa pega um livro, lê e depois devolve). Talvez minhas novelas estejam com alguém por aí... Já as fitas eu doei pra uma estilista de moda. Ela iria fazer um desfile onde a marca usaria peças feitas de rabiola. No dia da doação, fiz questão de fazer a última foto com aquelas que foram as minhas companheiras por muitas e muitas horas de gravação. Boa parte das centenas de chamadas de novelas presentes nelas estão no Canal Chamadas Antigas, do YouTube.


Esta matéria é dedicada a todos que um dia vibraram quando puderam rever a sua novela favorita pela primeira vez, a Fernando Shimada (in Memoriam), aos nossos pais e avós (que, mesmo sem entenderem bem o porquê, compravam nossas fitas), aos inúmeros fãs de #AGataComeu (que visitaram as locações da novela na Urca, perturbando a pobre da Dona Terezinha) e Andre Couto (que hoje está de aniversário)!


Josuel Junior é editor-chefe do PORTAL CONTEÚDO


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