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A EDIÇÃO DE 2025 DO FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA TEM UM FRESCOR DIFERENTE. QUER SABER POR QUÊ?

A abertura trouxe um glamour diferente. Parecia mais leve, mais despretencioso. Com sorrisos, filas, homenagens e reencontros, a 58ª edição do festival já mostrou a que veio logo na estreia.

Equipe do filme "O Agente Secreto" no Cine Brasília - Josuel Junior | Portal Conteúdo
Equipe do filme "O Agente Secreto" no Cine Brasília - Josuel Junior | Portal Conteúdo

Quem é brasileiro, cinéfilo ou apenas apreciador da produção artística nacional já acordou feliz hoje ao saber que o longa "O Agente Secreto" tornou-se o representante brasileiro na disputa do Oscar. A categoria "Melhor Filme Internacional" mexeu muito com todos mediante a força e a repercussão de "Ainda estou aqui", de Walter Salles. Agora, com o filme de Kleber Mendonça Filho, a esperança pelo reconhecimento internacional volta a ser alimentada.


O filme abriu o 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Parte do elenco esteve presente numa noite de gala informal, dando brilho e leveza à cerimônia. Quem participou ou acompanhou edições anteriores pode perceber que havia algo diferente. Ainda que pomposo nos quesitos estrutura e logística, o festival começou mais simpático e convidativo neste ano. Será que o retorno do evento ao mês de setembro propiciou essa sensação? Talvez... Porém, havia no ar uma brincadeira em comum. Enquanto artistas chegavam com suas assessorias e produtoras, outros artistas de Brasília se reencontravam no foyer no Cine Brasília. Ambientes instagramáveis (como o orelhão que remetia ao cartaz do filme) desburocratizaram as fotografias oficiais, dialogando com o público tradicional e também com novos públicos. Jornalistas e comunicadores que foram cobrir o evento estavam, na verdade, desfrutando do ambiente, parando, volta e meia, para realizarem suas coberturas particulares e institucionais. Teve repórter tranquilão comendo sua pipoquinha, blogueiros e blogueiras passeando com bastões de led entre as filas, produtores culturais locais se abraçando e celebrando uma noite quente e bonita. É como se algo tivesse voltado ao seu lugar de origem.


Embora eu não tivesse ido para cobrir o evento e sim para aproveitar a estreia, foi interessante ver essa nova geração de admiradores do cinema nacional chegando. Dou aula de produção audiovisual e encontrar na fila de acesso ao cinema um aluno do curso me fez ter a noção de que a arte tem chegado forte nas periferias e que as periferias querem dialogar com o que há de novo no circuito. De Samambaia, encontrei Israel Fujiwara, jovem participante do projeto "De Olho no Futuro" que pegou o metrô e chegou ao Cine Brasília ansioso por assistir ao filme de estreia. Israel comentou que comprou o ingresso logo que o sistema foi liberado e lamentou que seus amigos não tivessem tido tempo para tal. Pela primeira vez no evento, viu de perto os artistas, sempre curioso com os próximos passos da cerimônia, observando o estilo da festa e o funcionamento do festival. Isso denota a importância de se mudar as estruturas de produção para que o acesso seja, cada vez mais, convidativo ao público jovem.

Chico Sant'Anna recebe homenagem da ABCV no Cine Brasília - Arte sobre fotos de Humberto Araújo
Chico Sant'Anna recebe homenagem da ABCV no Cine Brasília - Arte sobre fotos de Humberto Araújo

Havia, claro, um protocolo, mas havia também a possibilidade de quebrá-lo. Foi assim com a extensa cerimônia de boas-vindas realizada na sala Vladimir Carvalho. Luiza Garonce e Fabrício Boliveira apresentaram a noite repleta de bons momentos. Destaco aqui a homenagem mais que merecida prestada a Chico Sant'Anna pela ABCV – Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo. Um dos mais queridos e atuantes atores de Brasília, Chico construiu uma trajetória sólida e premiada. Estreou profissionalmente em 1980, ao lado de Bibi Ferreira em "Gota d’Água", e brilhou em montagens como" Arlequim" e "Cru", que lhe rendeu o prêmio de melhor ator no Festival de Teatro do Rio. No cinema, foi premiado no Festival de Pernambuco por "Simples Mortais" e recebeu indicação na mesma categoria no Festival de Gramado por "O último cine drive-in". Atuou em títulos como "O pastor e o guerrilheiro", "Cano Serrado" e "Uma vida em segredo". Na TV, participou de novelas e minisséries marcantes como 'Velho Chico", "JK", "Felizes para sempre" e "O Rei do Gado". Mas falando assim não dá para descrever como é reencontrar Chico no saguão do cinema. A alegria era a de rever um amigo querido que, entre beijos e abraços, esbanjava simpatia e amorosidade. Essa parte a gente não registra em foto ou vídeo, mas ela existe e aquece nosso coração.

Secretário de Cultura  Cláudio Abrantes e o Coordenador de Audiovisual da Secretaria, Junior Ribeiro - Divulgação| SECEC
Secretário de Cultura Cláudio Abrantes e o Coordenador de Audiovisual da Secretaria, Junior Ribeiro - Divulgação| SECEC

A quebra de protocolo também se repetiu com o discurso do Secretário de Cultura Claudio Abrantes. Tudo ali corroborava para a informalidade positiva, desde a vestimenta despojada às palavras vibrantes de quem também estava feliz e desfrutando a festa. Destaco também as atuações de Claudio e de Junior Ribeiro, Coordenador de Audiovisual da SECEC DF. Ambos, figuras com forte comprometimento com Planaltina, cidade do DF, têm levado sempre um tom mais alternativo e ameno de gestão junto à Secretaria, sem que com isso seja diminuído o caráter de seriedade no compromisso pela excelência dos trabalhos. Tudo isso se deve, principalmente, porque é notória a veia artística dos profissionais para além dos desafios da produção e da gestão cultural.


Por falar em Planaltina, no dia 13 de setembro foi feita a abertura do festival na cidade, marcando as itinerâncias e exibições fora do Plano. Em cerimônia realizada no Complexo Cultural, a dupla reforçou, mais uma vez, o comprometimento com as periferias e com a execução de ações voltadas às comunidades.


MAS, E O FILME?

Trecho do filme "O Agente Secreto"  - Divulgação | CinemaScópio
Trecho do filme "O Agente Secreto" - Divulgação | CinemaScópio

O filme é uma hecatombe de sensações! Uma surra de história recente do Brasil, mostrando toda a nocividade da ditadura, que fere, agride e transforma narrativas por meio do autoritarismo. "O Agente Secreto", diria, é um fime propício para o atual momento do país. A exibição no dia 12 de setembro EM BRASÍLIA teve um significado mais forte ainda pelo julgamento do STF que ocorreu por toda a semana. O elenco, muito bem representado, tem momentos potentes ao longo da película. Tânia Maria, atriz potiguar e moradora do povoado Cobra/RN é, para mim, o maior acerto poético-narrativo da história. Com uma leveza atroz, a personagem Sebastiana pega o público pela mão na condução de momentos-chave para o entendimento da obra. Já torcendo aqui por alguma premiação para a artista, que infelizmente não esteve presente na cerimônia. Até me arrisco a dizer que se ela tivesse comparecido seria entrevistada mais disputada pós-sessão.


Aliás, creio que se tivesse começado um pouco mais cedo, a disposição do público, jornalistas e artistas teria sido maior. Como o filme terminou por volta da meia-noite, muitas pessoas que dependiam do metrô (que funciona até as 23h30) precisaram sair mais cedo e, com isso, não desfrutaram da praça de alimentação e do show oferecido pela programação. A vontade de permanecer existia, mas o horário do término realmente afugentou o público da parte aguardada: a confraternização. Fica aí a dica para o encerramento e para as próximas edições: realizar o evento prevendo o prazo limite do transporte público, visto que isso afeta consideravelmente a mobilidade do público que o utiliza.


No mais, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro segue empolgando e conquistando novos adeptos, desde os que fazem produções audiovisuais até os que adoram assistir ao que é desenvolvido pela indústria cinematográfica ano após ano.


No dia 18, compareceremos de novo para a exibição de outro aguardado filme nacional: "Assalto à Brasileira", de José Eduardo Belmonte. O elenco também virá para a exibição, que promete empolgar o público.


CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DOS PRÓXIMOS TRÊS DIAS

16/09 (TERÇA)

09h30 FESTIVALZINHO

Notícias da Lua – Sérgio Azevedo

A história de Ayana – Cristiana Giustino e Luana Dias

Seu Vô e a Baleia – Mariana Elisabetsky

Baú –  Matheus Seabra e Vinícius RomadelExibição com legenda descritivaLocais:– SESC GAMA– SESC CEILÂNDIA– Complexo Cultural Planaltina


11h MOSTRA 60 ANOS DO FESTIVAL DE BRASÍLIA

Homenagem a Fernanda Montenegro

A Falecida – Leon HirszmanExibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho


11h MOSTRA BRASÍLIA

Terra – Leo Bello

Notas sobre a identidade – Marisa Arraes

Vozes e vãos – Edileuza Penha de Souza e Edymara Diniz

Local: SESC 504 SUL


14h30 MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL

Faísca – Bárbara Matias Kariri

Laudelina e a felicidade guerreira – Milena Manfredini

Quatro Meninas – Karen Suzane

Local: SESC 504 SUL


15h MOSTRA CALEIDOSCÓPIO

Palco Cama – Jura Capela

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho


15h MOSTRA BRASÍLIA

O bicho que eu tinha medo – Jhonatan Luiz

A brasiliense – Gabriel Pinheiro

O fazedor de mirantes – Betânia Victor e Lucas Franzoni

Mil Luas – Carina Bini

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Complexo Cultural Planaltina


17h MOSTRA FESTIVAL DOS FESTIVAIS

Cais – Safira Moreira

Local: SESC 504 SUL


18h MOSTRA BRASÍLIA

O bicho que eu tinha medo – Jhonatan Luiz

A brasiliense – Gabriel Pinheiro

 O fazedor de mirantes – Betânia Victor e Lucas Franzoni

Mil Luas – Carina Bini

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho


19h CINE CÉU

A história de Ayana – Cristiana Giustino e Luana Dias

O Auto da Compadecida 2 – Guel Arraes, Flávia

Local: Complexo Cultural Samambaia


19h45 MOSTRA BRASÍLIA

O bicho que eu tinha medo – Jhonatan Luiz

A brasiliense – Gabriel Pinheiro

O fazedor de mirantes – Betânia Victor e Lucas Franzoni

Mil Luas – Carina Bini

Exibição com legenda descritiva

Locais:– SESC GAMA– SESC CEILÂNDIA


19h45 MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL

Boi de salto – Tássia Araújo

Couraça – Susan Kalik e Daniel Arcades

Corpo da Paz – Torquato Joel

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Complexo Cultural Planaltina


21h MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL

Boi de salto – Tássia Araújo

Couraça – Susan Kalik e Daniel Arcades

Corpo da Paz – Torquato Joel

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho


17/09 (QUARTA)

09h30 FESTIVALZINHO

Papaya – Priscilla Kellen

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho


09h30 FESTIVALZINHO

Notícias da Lua – Sérgio Azevedo

A história de Ayana – Cristiana Giustino e Luana Dias

Seu Vô e a Baleia – Mariana Elisabetsky

Baú – Matheus Seabra e Vinícius Romadel

Exibição com legenda descritiva

Locais:SESC GAMA– SESC CEILÂNDIA– Complexo Cultural Planaltina


11h MOSTRA BRASÍLIA

O bicho que eu tinha medo – Jhonatan Luiz

A brasiliense – Gabriel Pinheiro

O fazedor de mirantes – Betânia Victor e Lucas Franzoni

Mil Luas – Carina Bini

Local: SESC 504 SUL


14h30 MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL

Boi de salto – Tássia Araújo

Couraça – Susan Kalik e Daniel Arcades

Corpo da Paz – Torquato Joel

Local: SESC 504 SUL


15h MOSTRA CALEIDOSCÓPIO

Atravessa minha carne – Marcela Borela

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho


15h MOSTRA BRASÍLIA

Rainha – Raul de Lima

Dizer algo sobre estar aqui – Vaga-mundo: Poéticas Nômades

Maré viva maré morta – Claudia Daibert

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Complexo Cultural Planaltina


18h MOSTRA BRASÍLIA

Rainha – Raul de Lima

Dizer algo sobre estar aqui – Vaga-mundo: Poéticas Nômades (coletivo)

Maré viva maré morta – Claudia Daibert

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho


19h CINE CÉU

A história de Ayana – Cristiana Giustino e Luana Dias

O Auto da Compadecida 2 – Guel Arraes, Flávia

Local: Complexo Cultural Samambaia


19h MOSTRA COLETIVAS IDENTIDADES

Pau D’arco – Ana Aranha

Local: SESC 504 SUL


19h45 MOSTRA BRASÍLIA

Rainha – Raul de Lima

Dizer algo sobre estar aqui – Vaga-mundo: Poéticas Nômades

Maré viva maré morta – Claudia Daibert

Exibição com legenda descritivo

Locais:– SESC GAMA– SESC CEILÂNDIA


19h45 MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL

A pele do ouro – de Marcela Ulhoa e Yare Perdomo

Cantô meu alvará – Marcelo Lin

Aqui não entra luz – Karol Maia

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Complexo Cultural Planaltina


21h MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL

A pele do ouro – de Marcela Ulhoa e Yare Perdomo

Cantô meu alvará – Marcelo Lin

Aqui não entra luz – Karol Maia

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho


18/09 (QUINTA)

09h30 FESTIVALZINHO

Notícias da Lua – Sérgio Azevedo

A história de Ayana – Cristiana Giustino e Luana Dias

Seu Vô e a Baleia – Mariana Elisabetsky

Baú –  Matheus Seabra e Vinícius Romadel

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho


09h30 FESTIVALZINHO

Hacker Leonilia – Gustavo Fontele Dourado

Quando a Gente Menina Cresce – Neli Mombelli

Exibição com legenda descritiva

Locais:– SESC GAMA– SESC CEILÂNDIA– Complexo Cultural Planaltina


11h MOSTRA BRASÍLIA

Rainha – Raul de Lima

Dizer algo sobre estar aqui – Vaga-mundo: Poéticas Nômades

Maré viva maré morta – Claudia Daibert

Local: SESC 504 SUL


14h30 MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL

A pele do ouro – de Marcela Ulhoa e Yare Perdomo

Cantô meu alvará – Marcelo Lin

Aqui não entra luz – Karol Maia

Local: SESC 504 SUL


15h MOSTRA CALEIDOSCÓPIO

Uma baleia pode ser dilacerada como uma escola de samba – Felipe M. Bragança e Marina Meliande

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho


15h MOSTRA BRASÍLIA

Dois turnos – Pedro Leitão

Três – Lila Foster

A última noite da rádio – Augusto Borges

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Complexo Cultural Planaltina


17h MOSTRA FESTIVAL DOS FESTIVAIS

Vasta natureza da minha mãe – Aristóteles Tothi e Inez dos Santos

Local: SESC 504 SUL


18h MOSTRA BRASÍLIA

Dois turnos – Pedro Leitão

Três – Lila Foster

A última noite da rádio – Augusto Borges

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho


19h CINE CÉ

 A história de Ayana – Cristiana Giustino e Luana Dias

O Auto da Compadecida 2 – Guel Arraes, Flávia

Local: Complexo Cultural Samambaia


19h MOSTRA COLETIVAS IDENTIDADES

Notas sobre um desterro – Gustavo Castro

Local: SESC 504 SUL


19h45 MOSTRA BRASÍLIA

Dois turnos – Pedro Leitão

Três – Lila Foster

A última noite da rádio – Augusto Borges

Exibição com legenda descritiva

Locais: SESC GAMA– SESC CEILÂNDIA


19h45 MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL

Ajude os menor – Janderson Felipe e Lucas Litrento

Assalto à brasileira – José Eduardo Belmonte

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Complexo Cultural Planaltina


21h MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL

Ajude os menor – Janderson Felipe e Lucas Litrento

Assalto à brasileira – José Eduardo Belmonte

Exibição com legenda descritiva e audiodescrição

Local: Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho


Josuel Junior para o Portal Conteúdo.

 
 
 

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