O Vozes e Escritos do Gueto busca compreender e identificar quem faz a literatura fora dos eixos da Capital
O Distrito Federal é considerado uma potência literária, com diversas autoras e autores de vários estilos e tipos. Mas, muitas vezes, essa produção está focada em um núcleo do Plano Piloto e arredores, e pouco se fala da Poesia e Literatura Marginal, feita nas periferias da cidade, e que possui uma riqueza e diversidade ainda não reconhecidas e calculadas. Indo nesse caminho, de desconstruir e descobrir essas literaturas marginalizadas, surge o “Vozes e Escritos do Gueto: Trilhas e Trajetórias da Literatura Marginal no Distrito Federal”. O projeto é uma pesquisa, que visa analisar e compreender a história da Literatura Marginal do DF, identificando os seus precursores e atuais difusores. A partir de documentos, registros e entrevistas, a pesquisa, inédita, irá compilar os resultados em um livro, vídeos, oficinas, seminário e finalizar os trabalhos com um Festival de Poesia Marginal. A pesquisa está em elaboração, e há um formulário para o mapeamento dos fazedores da Literatura Marginal do DF preencherem e integrarem a pesquisa, até o dia 30 de abril de 2022, que pode ser acessado no link https://forms.gle/Baiq9VHD1Dnw5YHP7. O acesso ao link da pesquisa também pode ser obtido nas redes sociais do Poesia nas Quebradas (Facebook: facebook.com/poesianasquebradas; Instragram: instagram.com/poesianasquebradas/).
A pesquisa foi idealizada pelo Poesia nas Quebradas, em parceria com o Núcleo de Estudos, Organização e Difusão do Conhecimento Sobre Literatura Marginal (NEOLIM). O NEOLIM é um coletivo que agrega sujeitos da Universidade de Brasília e da comunidade externa, com o intuito de desenvolver estudos, organizar processos investigativos e analíticos sobre a Literatura Marginal do DF, bem como avaliar e executar ações culturais na periferia, especialmente junto aos/às produtores/as culturais marginais. Já O Poesia nas Quebradas nasceu em 2015 e constitui um coletivo cultural que atua e promove a inclusão da diversidade nas periferias da cidade de Planaltina DF, promovendo o aprofundamento da interação entre a comunidade artística e a comunidade local. Dessa forma, o Coletivo realiza ações culturais com enfoque no movimento Hip hop, entendendo-o como um movimento social que permite o protagonismo, a criticidade e a expressão criativa num contexto de inovação social, em que as fronteiras podem ser problematizadas com vistas à construção de posicionamentos inclusivos.
No dia 30 de março de 2022, às 20:00hs, no Instagram do Poesia nas Quebradas (instagram.com/poesianasquebradas/), também foi promovida uma live com integrantes do projeto “Vozes e Escritos do Gueto” para apresentação da pesquisa e um bate-papo sobre Literatura Marginal. A live foi gravada e encontra-se nas redes sociais e no canal do Youtube do Poesia nas Quebradas.
Literatura Marginal
O termo “marginal” está condicionado a uma questão sócio-histórico-cultural, marcada por desigualdade sociais entre outras violências. Sua origem se dá nas décadas de 60 e 70, atingindo diversas categorias artísticas, porém, se sobressaiu na literatura. Se reivindicava meios de publicação e uso da linguagem através de uma contracultura de não se enquadrar nos padrões e regras impostos por grandes editoras. Concomitantemente, na invisibilidade que assombra os poetas periféricos, surgia nesse mesmo contexto Maria Carolina de Jesus, ex catadora, preta, periférica, poetisa e escritora. Como autora, Carolina sempre esteve à margem das academias e espaços formais de publicação de escritos e conhecimento, não diferente da realidade atual, dando origem e oportunidade a uma nova geração de literatura, a Literatura Marginal. Uma das principais características é que é uma Literatura que vem da classe trabalhadora, a partir disso ela deixa de ser algo restrito às elites e academias e passa a ser local de encontro, de divulgação e circulação nas periferias através dos saraus.
SERVIÇO
Mapeamento da Literatura Marginal do DF
ONDE: Online: https://forms.gle/Baiq9VHD1Dnw5YHP7
QUANDO: Até 30 de abril de 2022.
Mais informações: poesianasquebradas@gmail.com
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