Até o dia 27 de janeiro, o Teatro Brigitte Blair, em Copacabana, recebe o espetáculo O cachorro que se recusou a morrer, novo espetáculo multimídia do ator-autor-poeta Samir Murad, que divide a direção com Delson Antunes.
O argumento da peça deriva das memórias e das histórias contadas pelo pai de Samir: um imigrante libanês em sua luta pela sobrevivência numa terra estranha. Conflito, êxodo, o novo mundo, casamento por encomenda, saúde mental afetada, são conteúdos que, como um mascate andarilho, o ator mambembe carrega em sua mala e que pretende vender ao seu público. Em cena, a memória afetiva mistura tempos e espaços, tocando uma dimensão onírica do real. Dessas referências nasce um contato intimista e revelador entre artista, teatro e espectador. A partir de fevereiro, o espetáculo inicia a circulação pelo Município e Estado do Rio de Janeiro.
Um casamento por encomenda e uma tríade formada pelo pai, a mãe e a irmã mais velha, afetada mentalmente (inclusive por internações) pelo casamento sem amor dos pais. Marcas que não desvanecem e perpassam por toda a relação familiar do autor-ator, extraídas não apenas de suas memórias, mas de relatos gravados por seu próprio pai antes de falecer. Conflitos que estão em cada um de nós e ajudarão a resgatar sentimentos no público, por meio de recursos cênicos despojados, apoiados principalmente pelo trabalho de corpo e voz do ator. Assim o texto oscila entre o drama e o humor, trazendo à cena uma cultura machista, forjada em dogmas religiosos que até hoje permeiam a maioria dos lares brasileiros. Em alguns momentos, projeções mesclam imagens criadas com fotos reais antigas, assim como da casa onde tudo se passou, o que acentua o clima dos escombros da memória. A forte presença da trilha sonora, marca a cultura árabe familiar. Não faltam ao espetáculo os gestos, a mímica e as pantomimas que emprestam emoção à palavra.
Colóquio entre libaneses e judeus
Com vistas a promover a aproximação de libaneses e judeus, em uma ação social que tem o Teatro como veículo de discussão para uma temática comum a ambos os povos, que é a imigração e o consequente choque de culturas, no início de fevereiro o espetáculo realizará três apresentações na Associação Sholem Aleichem - ASA, localizado na Rua São Clemente, 155, Botafogo, onde abriga um rico e vasto movimento cultural sempre com temas atuais que promovem discussões sobre o panorama sócio-político e cultural de nossa cidade e por extensão do país. Reforçando essa tendência o espetáculo abrirá um debate público após cada sessão com convidados especializados para o colóquio.
Temporada de estreia e circulação
O cachorro que se recusou a morrer foi contemplado com o patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2. A temporada de estreia (nacional) acontecerá a partir de 6 de janeiro, no Teatro Brigitte Blair, em Copacabana, próximo a Estação Cantagalo do Metrô. A partir de fevereiro, o espetáculo será apresentado em circulação pelo Município e Estado do Rio de Janeiro. Outras temporadas estão sendo programadas.
QUEM FAZ
Criação, texto e atuação: Samir Murad
Direção: Delson Antunes e Samir Murad
Cenografia: José Dias
Figurino e adereços: Karlla de Luca
Iluminação: Thales Coutinho
Trilha Sonora: André Poyart e Samir Murad
Videocenário: Mayara Ferreira
Assistente de direção: Gedivan de Albuquerque
Assessoria de imprensa: Ney Motta
Programação visual: Fernando Alax
Fotos: Fernando Valle
Mídias: Cia Teatral Cambaleei, mas não caí...
Cenotécnico: Mario Pereira
Costureira: Maria Helena
Direção de produção: Fernando Alax
Produção executiva: Wagner Uchoa
Operação audiovisual: Mayara Ferreira
Operação de luz: Hélio Malvino
Realização: Cia Teatral Cambaleei, mas não caí...
PROGRAME-SE
Temporada: 6, 13, 20 e 27 de janeiro, sextas-feiras, às 20h.
Local: Teatro Brigitte Blair
Endereço: Rua Miguel Lemos, 51-H, Copacabana, Rio de Janeiro.
Próximo a Estação Cantagalo do Metrô Rio.
Informações: 21 2521-2955
Valor do ingresso: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia-entrada)
Vendas na bilheteria do Teatro ou pelo site https://www.sympla.com.br
Capacidade de público: 200 pessoas
Classificação: Não recomendado para menores de 10 anos.
Duração: 75 minutos
Drama
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