A obra reflete sobre o Messianismo Sebastianista, que, com o passar dos séculos, explica muito o comportamento político e social da humanidade.
O sistema de governo republicano sob o qual vivemos, desde sua implantação, se estruturou através de pensamentos eugenistas que defendiam, enquanto projeto de nação, o embranquecimento do povo como símbolo da evolução do país. As consequências desses pensamentos são percebidas ainda na forma do racismo. Assim, torna-se necessário que grupos de matrizes culturais diversas busquem espaços em que possam ecoar outras narrativas acerca da história do Brasil, da cultura brasileira e das várias noções de brasilidade que o país comporta.
Com base nessas reflexões, nasceu o espetáculo “Encantaria”, que entra em cartaz em curta temporada no Teatro SESC Paulo Autran, em Taguatinga-DF.
O espetáculo apresenta a discussão do Sebastianismo para problematizar a inercia do povo diante dos problemas sociais, numa mistura de poesia, luta de classes, utopia e diálogo com a sociedade contemporânea.
O mito do salvador se reinventa, ressignifica e sempre reascende a expectativa do povo por soluções simples e imediatas, questões que exigem soluções por meio de ações coletivas, são entregues a figuras que resolveriam problemas seculares de forma mágica.
A partir desse recorte poético e histórico, o espetáculo lança uma pergunta ao público: Precisamos de um salvador?
O diretor Ricardo César pretende provocar o interesse ao conhecimento e reflexão sobre os percursos históricos do nosso país, para compreensão e colaboração na evolução do presente e na esperança embasada de um futuro mais promissor.
“A construção dramatúrgica se desenrolou dentro de um processo colaborativo, partindo de questionamentos, inquietações, vivências e pesquisas dos componentes da Companhia Ipadê. O desafio maior é tratar este tema tão atual passando longe de abordagens panfletarias ou partidaristas. A linguagem do espetáculo foi desenvolvida para se comunicar com vários públicos, inclusive estudantes, uma vez que o espetáculo propõe a reflexão crítica e analítica da atual conjuntura do país”, explica o diretor Ricardo César.
O espetáculo conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.
QUEM FAZ
Direção – Ricardo César
Dramaturgia – Paulo Duro Moraes
Elenco – Alex Bernardo, Banzo, Bruno Farias, Flávia Neiva, Mirabai, Pedro Ribeiro, Sandra Regina e Silvia Viana
Cenografia – Maria Carmem – Atelier Cenográfico T. Goldoni
Figurinos e adereços – Luazi Luango
Iluminação – Valdeci Moreira
Sonoplastia e música de cena – Ricardo César
Preparador Vocal - Martin Filho
Projeto e gestão de patrocínio: C1 arte e entretenimento
Auxiliar administrativo: Vagner Lopes
Produção: Paula Jacobson e Luiz Antonio Pereira
PROGRAME-SE
Data das apresentações:
De 15 a 18 de outubro de 2022
Sábado às 20h
Domingo às 19h
Segunda-feira às 14h30, 16h e 20h (exclusiva para estudantes)
Terça-feira às 20h (exclusiva para estudantes)
Entrada Franca
Local:
Teatro SESC Paulo Autran – Taguatinga (CNB 12, área especial 2/3, Taguatinga Norte)
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