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MEMÓRIA E ANCESTRALIDADE SÃO TEMAS DISCUTIDOS NO ESPETÁCULO "DANÚBIO" - DF

Josuel Junior - Editoria

O espetáculo “Danúbio” estreia no Sesc Gama em 1º de novembro, destacando as memórias e ancestralidade negra por meio das vivências de homens negros no DF

Danúbio – Foto de Matheus Nascimento

Dois atores, um adulto e uma criança, percorrem uma jornada lírica e lúdica que brinca diálogos entre uma mesma pessoa em diferentes tempos de vida. Danúbio é o protagonista negro que busca sua própria voz, história e identidade entre as muitas vozes e memórias que habitam seu corpo. As contradições e embates entre a criança e o adulto, convidam o público a mergulhar na complexidade de sentimentos, emoções, cosmologias e ancestralidades que atravessam as memórias e subjetividades pretas.


Com direção e dramaturgia de Jonathan Andrade, “Danúbio” estreia no Teatro Paulo Gracindo (Sesc Gama) entre os dias 1 e 3 de novembro, abrindo o novembro Negro no Distrito Federal e dando palco às vivências de três gerações de homens negros.


Ao trazer homens negros na busca por memórias ainda não compartilhadas, o espetáculo “Danúbio” apresenta a possibilidade de reescrita de situações familiares que muitas pessoas vivem, de não conhecer e/ou conviver com parte de sua ascendência.


O nome “Danúbio” designa o espetáculo e os próprios personagens presentes em cena, em seus distintos tempos da vida, em busca da revelação de um mistério ancestral. Desvendar o que ainda está em segredo, encontrar respostas no passado, levam a uma viagem lírica e mágica, onde a cosmologia preta se revela em forma de poesia e memória, resgatando fragmentos dessa história que se perdeu e se revela no espetáculo. A narrativa do espetáculo avança em uma fábula incansável que recria, reinventa e tenta cartografar a história de vida de Danúbio. São memórias que existiram e outras que precisam ser (re)inventadas pois jamais se saberá totalmente de um passado que não tem quem sobreviveu para contar.


O espetáculo protagonizado pelos atores pretos também agrega as vivências dos artistas envolvidos, suas histórias e conexões com a ancestralidade. Nessa encenação há espaços para que surjam importantes reflexões sobre questões universais da humanidade, como o amor, a solidão, o pertencimento e a esperança, apresentadas ao público na perspectiva da experiência negra.


“Danúbio” traz uma trilha sonora original, executada ao vivo, a partir da composição e direção musical de Felipe Kiluandê Fiúza, mais uma camada artística para envolver o público.

O tempo de “Danúbio” é um desdobramento de narrativas e imagens poéticas que ensaiam hipóteses, tempos, cantos, espaços, danças e memórias que trazem a presença sagrada dos que vieram antes, entidades que regem a vida e os mistérios da personagem. “Danúbio”, em cada cena, é um convite para que o público se conecte com suas próprias raízes, ao reviver memórias esquecidas, celebrar as que ainda resistem, identificar como o passado molda o presente, como é sentida a presença ancestral.


A montagem do espetáculo e a participação de estudantes nas atividades tornou-se possível com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal – FAC.


AÇÕES PARA ESTUDANTES

Antes da estreia para o público em geral, estudantes do Centro de Ensino Médio 1 do Gama vão imergir no espetáculo. A programação para a instituição de ensino é ampla e intensa. No dia 29 de outubro serão realizadas cinco (5) ações artístico-pedagógicas de mediação teatral e formação de espectadores. As atividades serão conduzidas por arte-educadores com o objetivo de aproximar os estudantes do espetáculo, ampliar os sentidos, abrir debates prévios acerca de temáticas relacionadas.


No dia 31 de outubro, às 14h30, acontece a apresentação para os estudantes do mesmo Centro de Ensino Médio e logo após, a Roda de Conversa “Teatro Negro: poéticas e políticas”. Essa atividade de diálogo após o espetáculo será um momento de troca entre a plateia, atores e criadores, para promover reflexões acerca da produção teatral de artistas pretos. A ideia é colocar na roda os desafios artísticos para construção de poéticas capazes de circular novas narrativas acerca da presença e existência preta no teatro e no mundo.


QUEM FAZ

Direção e dramaturgia – Jonathan Andrade; Atuação – Kalebe Lizan e Malik Gomes Leôncio; Participação especial: Genison Pereira (vídeo e voz); Adinelson de Souza Filho (voz); Raio Gomes (voz); Cenografia e figurino – Auana Borém e Jonathan Andrade; Colaboração na execução do cenário (serralheria e marcenaria) – Aroldo Lopes e Marno Matte; Colaboração no figurino (costura) – Priscila Gomes Mariano; Iluminação – Jonathan Andrade; Operação de Luz e consultoria técnica – Jeferson Landin; Composição e direção musical – Felipe Kiluandê Fiúza; Músicos convidados – Bruno Yakalos, Mar Nóbrega e Pedro Badke.; Operação de som – Ãna do Quartinho; Social Mídia – Mariana Dutra Guedes; Fotografia para o cartaz – Matheus Nascimento; Registro fotográfico – Letícia De Maceno; Designer – Thiago Lucas; Assessoria de Imprensa – Paó Comunicação; Audiodescritora – Veryanne Couto Teles; Intérprete de LIBRAS – Isah Messias; Professor e tradutor de Iorubá – Adinelson de Souza Filho; Captação, edição de vídeo e videomapping: Bruno Zakarewicz, Elias Kioshi e Fernando Gutiérrez; Produção Executiva – Wellington Oliveira; Assistente de produção – Kalebe Lizan; Projeto educativo e mediação teatral – Wellington de Oliveira; Gestão administrativa e financeira – Naná Maris Produções


PROGRAME-SE


PÚBLICO EM GERAL

01 e 02/11/2024, às 20h03/11/2024, às 19h


ENTRADA GRATUITA


PARA ESTUDANTES

31/10/2024, às 14h30 – Pré-estreia31/10/2024, às 15h30 – Roda de Conversa “Teatro Negro: poéticas e políticas” (inclui público em geral)


Endereço: Teatro Paulo Gracindo (Sesc Gama – SIND QI 1 – Gama, Brasília – DF)Classificação indicativa: LivreDuração: 1 hora

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