"O chefe Chico vai cozinhar... As Chiquititas vão me ajudar" - Gésio Amadeu encantou diferentes gerações com seu trabalho. Fez novelas densas, como Sinhá Moça, e leves, como Chiquititas. Hoje o ator morreu, vítima do COVID-19.

O mineiro Gésio Amadeu morreu nesta quarta-feira (05/08), aos 73 anos. De acordo com seu filho, Mário Amadeu, em uma publicação nas redes sociais, o pai foi contaminado durante uma internação para cuidar de outro problema de saúde.
Gésio é parte da história da televisão brasileira. Começou a trabalhar na TV Tupi aos 22 anos. Participou de clássicos, como "Beto Rockfeller", "A Cabana do Pai Tomáz", "Éramos Seis", "O Direito de Nascer", "Ana Raio e Zé Trovão", "A Viagem", além das duas versões de "Sinhá Moça" (a de 1986 e a de 2006). A maior parte de seus papeis é composta por personagens coadjuvantes, porém, conseguiu marcar seu nome pelo carisma e pelo talento. Ganhou notoriedade e destaque em cenas fortes, como o Jupará, de "Renascer", Damião, de "Terra Nostra" e Chico Criatura, de "Velho Chico", todas de Benedito Ruy Barbosa, com quem trabalhou bastante.

Entre o público infanto-juvenil, o ator brilhou como o Tio Barnabé, do "Sitio do Pica-pau Amarelo" e o inesquecível Chefe Chico, da primeira versão de "Chiquititas, exibida no SBT em 1997.
Gésio Amadeu também teve destaque nos palcos e na telona. Em 2014, ele atuou na peça "A Última Sessão", ao lado de grandes nomes como Etty Fraser, Laura Cardoso e Miriam Mehler. O ator ainda atuou no filme clássico "Eles Não Usam Black-Tie", de Leon Hirszman, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri e Fernanda Montenegro, em 1981. O ator também construiu sólida carreira nos palcos entre as décadas de 1960, quando estreou na montagem de "O Coronel de Macambira", de Joaquim Cardozo (1897-1978), encenada em 1966, e 1990, quando se ausentou por mais de uma década após a montagem do infanto-juvenil "A Sopa de Pedra", de Tatiana Belinky (1919-2013).
O retorno se deu em "O Grande Grito", de Gabriela Rabelo, sobre um período da vida do modernista Mário de Andrade (1893-1945), recobrando carreira teatral que contou ainda com a montagem de obras como "A Falecida" e "Boca de Ouro", de Nelson Rodrigues (1912-1980), sob a direção de Marco Antônio Braz, e "O Colecionador de Crepúsculos" sob a direção de Vladimir Capella, todos em 2012.
O ator estava internado no Hospital Sancta Maggiore, na Mocca, Zona Leste de São Paulo, desde junho. Em nota, o hospital afirmou que Amadeu faleceu nesta tarde em decorrência de falência múltipla de órgãos
*Com Informações do G1, Aratu On-line e Observatório do Teatro.
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