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COLETIVO CARDUME ESTREIA A PEÇA "OS FINS DO SONO"

Com direção de Francisco Turbiani e texto de Luis Felipe Labaki, a montagem imagina a realidade distópica de uma cidade que recebe luz solar 24h por dia, impedindo as pessoas de dormir.

Foto: Francisco Turbiani

As críticas à sociedade capitalista propostas pelo polêmico livro “24/7: Capitalismo tardio e os fins do sono” (2013), do ensaísta norte-americano Jonathan Crary, são o ponto de partida da peça online “Os Fins do Sono”, novo trabalho do Coletivo Cardume, que estreia no dia 19 de março via ZOOM. As apresentações são gratuitas (retire o ingresso pelo Sympla) e acontecem às sextas, aos sábados e aos domingos, às 20h, até 9 de abril.


A obra de Crary sugere que o contexto social e econômico no qual vivemos nos impulsiona em direção a uma rotina de produção ininterrupta, na qual o expediente de trabalho dura 24 horas por dia e 7 dias por semana. Dentro dessa perspectiva, o período de sono se apresenta como o último espaço “não-comercializável” de nosso cotidiano.


A dramaturgia da peça parte dessa crítica para imaginar uma realidade distópica, na qual uma cadeia de satélites em fase experimental passa a refletir a luz solar ininterruptamente sobre uma cidade grande, instaurando o fim da noite. Essa tentativa de aumentar a produtividade fez com que as pessoas passassem a trabalhar 24h por dia confinadas em suas casas por meio de uma videochamada eterna.


O público acompanha o cotidiano três funcionários de uma agência de seguros especializada em sinistros provocados por pessoas que sentem diretamente os efeitos desse novo cotidiano em seus corpos. Os colaboradores buscam maneiras de se adaptar à nova rotina e relatam o aumento do número de acidentes.


Para que os espectadores possam conhecer o trabalho dessa agência de sinistros, o Coletivo Cardume criou um site que funciona como uma extensão do espetáculo, quase como uma narrativa transmídia. A página pode ser acessada por meio deste endereço: https://coletivocardumedet.wixsite.com/segurosdevida.


Com direção de Francisco Turbiani e texto de Luis Felipe Labaki, o espetáculo é a remontagem repaginada de um trabalho homônimo que foi apresentado pelo grupo em 2015 no Teatro da Vertigem. A primeira versão fazia uma crítica ao mundo burocrático dos escritórios, usando muitas caixas de papelão para representar esse ambiente e apelando para um tom bastante sombrio.


Agora, a montagem estende suas críticas ao sistema de trabalho em home office, que intensifica os questionamentos apontados por Jonathan Crary e que ganha uma dimensão ainda mais trágica durante a pandemia de Covid-19. Desta vez, a peça abandona a representação tradicional do escritório e assume como tom o humor irônico e tragicômico para retratar as situações propostas.

“Essa nova realidade intensifica essa invasão do mundo do trabalho na nossa vida pessoal. Perde-se o limite entre a esfera da vida pessoal e a do trabalho. Sem perceber, estamos o dia todo conectados e disponíveis para o trabalho, respondendo demandas na hora que chegam ao mesmo tempo em que fazemos atividades da esfera pessoal. Tudo fica misturado e as fronteiras se borram”, conta Turbiani.


Em cena, além dos atores, está o artista plástico e ilustrador Roberto Zink, que ilustra ao vivo os temas e cenas retratados pela peça e interfere diretamente na encenação. O elenco é formado por Juliana Valente, Marô Zamaro e Pedro Massuela.


SOBRE O COLETIVO CARDUME

Formado pela reunião de artistas, alunos e ex-alunos da Escola de Comunicação e Artes da USP (ECA-USP), o Coletivo Cardume surgiu em 2012 com a estreia de “O Balneário”, uma adaptação do texto “Um Inimigo do Povo”, de Herink Ibsen, com direção de Francisco Turbiani, para o contexto litorâneo paulista. O trabalho inaugural foi contemplado pelo ProAC – Primeiras Obras do Estado de São Paulo e circulou naquele ano pelas cidades de São Paulo, Cubatão, Mongaguá, São Vicente e São Sebastião.


Em 2016, o grupo estreou “Os Fins do Sono”, direção de Francisco Turbiani, um texto inédito a partir do livro “24/7: Capitalismo tardio e os fins do sono”, de Jonathan Crary. A peça foi realizada dentro de uma residência artística no espaço sede do Teatro da Vertigem, dentro do projeto “Novos encenadores”, com financiamento da Petrobras/Governo Federal.

Em 2019, monta “Audiência”, texto do dramaturgo e ex-presidente da República Tcheca Václav Havel, dirigido por Juliana Valente.

PROGRAME-SE

Temporada: 19 de março a 09 de abril

Às sextas, aos sábados e aos domingos, às 20h

Ingressos: gratuitos e por contribuição livre

Venda/reserva de ingressos online pelo site sympla.com.br/osfinsdosono

Classificação: 12 anos

Duração: 55 minutos


QUEM FAZ

Atuantes: Juliana Valente, Marô Zamaro e Pedro Massuela

Direção artística: Francisco Turbiani

Dramaturgia: Luis Felipe Labaki

Desenhos ao vivo: Roberto Zink

Iluminação: Francisco Turbiani

Sonoplastia: Luis Felipe Labaki

Figurino: Murilo Rangel

Assessoria de Imprensa: Bruno Motta e Verônica Domingues – Agência Fática

Realização: Coletivo Cardume de Teatro


Informações: coletivocardumedeteatro@gmail.com

Facebook: @ColetivoCardume

Instagram: @coletivocardumedeteatro


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