Nos últimos anos, Vladimir estava refletindo sobre o que seria de seu acervo pessoal - itens que formam o patrimônio do cinema do DF. O cineasta morreu nesta quinta-feira, aos 89 anos, em Brasília
Vladimir Carvalho sabia da finitude da vida e da ação do tempo na memória do cinema nacional. Proprietário de um dos acervos cinematográficos particulares mais importantes do país, passou a buscar uma maneira de manter essa memória coletiva ao alcance de todos. Nomes do DF, como a jornalista e agitadora cultural Márcia Zarur, o auxiliaram no desafio da preservação de seu acervo pessoal. Em setembro, houve, inclusive, uma cerimônia no @iphangovbr para o início das tratativas que visam transformar esse acervo no Museu do Cinema, em Brasília. O artista sofria com problemas nos rins e na manhã de hoje sofreu um infarto. A informação foi confirmada pelo Metrópoles.
Paraibano, Vladimir Carvalho se destacou pela produção de documentários enraizados na história e realidade brasileira. Entre suas obras mais importantes estão O País de São Saruê (1971), uma análise sobre a seca e a vida dos trabalhadores rurais nordestinos, e Conterrâneos Velhos de Guerra (1991), que retrata o impacto da construção de Brasília sobre os candangos – trabalhadores que ergueram a nova capital.
Ele também assina O Evangelho Segundo Teotôni, Barra 68 e o Engenho de Zé Lins. Uma de suas obras mais recentes, o documentário Rock Brasília – Era de Ouro (2011), relembrava o sucesso do gênero na capital do Brasil.
Vladimir Carvalho também foi um dos fundadores do curso de cinema da Universidade de Brasília (UnB). Ele chegou ao centro de ensino em 1969, a convite de Fernando Duarte. Como acadêmico e docente, Vladimir encarou o desafio de ensinar cinema durante a ditadura militar, viu o curso ser fechado pela repressão e viveu o período da redemocratização.
Em 2012, Vladimir ganhou o título de professor emérito da UnB. No momento do reconhecimento, ele comemorou a conquista.
*Com informações do Metrópoles
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