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Josuel Junior - Editoria

ÚLTIMA SEMANA DA PEÇA "AUGUSTO JANTAR"

Em outubro, espetáculo “Augusto Jantar”, da CenAto Companhia de Teatro, faz temporada no Teatro Perdiz da Asa Norte.



Tudo se passa em um jantar e o grande desafio é manter o requinte e o estilo diante das situações que dificultam a elegante ceia. Não há convidados. Só um casal, que em face da ausência de sua cozinheira, esforça-se para manter a fineza fazendo um do outro a plateia da sua artificialíssima natural elegância.


A reencenação de Alex Bernardo vem a calhar em tempos em que esposas de indecorosos decorosos ministros mostram seu decoro antifeminista postando fotos de sua arrumação de mesa no Instagram... Em tempos que o governo patriota nacional bate continência para bandeiras estadunidenses... Em tempos em que se acusam indígenas e ambientalistas de queimar nossas florestas... Em tempos em que políticos cristãos comemoram assassinatos públicos... Nada além do teatro do absurdo nos serve de espelho.


Em “Augusto Jantar” evidenciam-se as contradições. A fineza não esconde o autoritarismo. A elegância não esconde a barbárie. O requinte não esconde o pastiche. A família rica, querendo ser moderna, expõe cada vez mais seu colonialismo. Aliás, se a história imperial inglesa tem algo a nos ensinar, é que modernidade e colonialismo são faces da mesma moeda. No absurdo desta peça e de nosso Brasil, resta a mais importante pergunta — com os ossos de quem é feito este augusto jantar?


PROGRAME-SE

PRODUTO: Espetáculo "Augusto Jantar"

GÊNERO: Teatro

ONDE SERÁ: Teatro Oficina Perdiz - SHCGN 710 – Asa Norte

QUANDO: 12, 13, 19, 20, 26 e 27 de outubro de 2019

HORÁRIO: 20h

CLASSIFICAÇÃO: Livre

QUANTO: R$ 40,00 e 20,00 (vendidos no teatro)

QUEM FAZ

Produção: CenAto Companhia de Teatro Dramaturgia: Alcione Araújo Elenco: Fabiana Tenório e Fernando Bressan Sonoplastia: Luiz Alberto Pires Iluminação: Daniel Ataydes Assistente: Rosanna Carvalho Fotografia: Lucas Medias Direção e Cenário: Alex Bernardo Base de release: Felipe Areda

OPINIÃO DO EDITOR:

"O texto, super contemporâneo e providencial, é uma boa pedida para reflexão do público num momento em que o país é atacado por ações de duplo sentindo, forjando uma normalidade em meio ao caos que estamos vivendo no Brasil"

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